
«O caráter preventivo, educativo e formativo deve ser a essência dos controles e auditorias; não se trata de verificar pela simples ação de fazê-lo, mas de educar para fortalecer os sistemas de controle interno e, a partir disso, criar capacidades de prevenção», enfatizou Miguel Díaz-Canel Bermúdez, primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, no encontro em que foi examinado o trabalho da Controladoria Geral da República (CGR).
O presidente salientou a importância de expandir a democracia com base no controle popular e na participação ativa dos trabalhadores nos processos da empresa, de tal forma que isso resulte em um maior sentimento de pertencimento e uma parada na ocorrência de atos criminosos e corrupção.
Também destacou que este ano 60% dos supostos atos criminosos e corruptos foram detectados através dos mecanismos do sistema de controle interno, o que representa um salto qualitativo em relação aos anos anteriores.
Isto, disse, «é também o resultado dos instrumentos metodológicos que foram desenvolvidos e do pensamento criativo que foi colocado em avanço e melhoria».
Comentando o contexto em que o trabalho da Controladoria Geral da União ocorreu durante 2021 e que, de um modo geral, marcou o país, o presidente se referiu ao bloqueio intensificado, com as 243 medidas aplicadas pela administração de Donald Trump e que são mantidas no atual mandato de Joe Biden.
Além disso, disse, «há a campanha para desacreditar a Revolução Cubana e o impacto que a Covid-19 tem tido, especialmente desde a paralisação das atividades econômicas fundamentais nos primeiros meses da pandemia».
Entretanto, reconheceu o compromisso e a sensibilidade dos trabalhadores do setor, bem como o papel dos auditores no acompanhamento da liderança do país para levar adiante a estratégia econômica e social.
AUDITORIA: PREVENIR E ENSINAR COMO FAZER
«O ano de 2021 foi um desafio para o povo cubano e sua capacidade de resistência foi novamente posta à prova», disse a controladora-geral da República, Gladys María Bejerano Portela, falando na reunião de trabalho e destacando os avanços e limitações que persistem na tarefa de garantir a administração correta e transparente dos fundos públicos e o controle superior sobre a gestão administrativa.
A formação dos jovens, a necessidade de assumir auditorias como ferramentas de controle que possam lançar luz sobre formas de maior eficiência nas empresas, a necessidade de atender à reserva de diretivos e funcionários e apoiar auditores internos básicos, bem como incorporar a ciência aos processos econômicos, foram alguns dos tópicos discutidos durante o dia.
As intervenções enfatizaram a necessidade de promover a incorporação dos jovens a essa entidade, de trabalhar com eles de maneira especial, a formação de auditores através de cursos de especialização e qualificação, e a autopreparação diária.
Também foi destacado que o Sistema Nacional de Controladoria é uma grande força para o controle do país, e o papel desempenhado pelos auditores nesta tarefa, uma tarefa que deve ser sempre assumida a partir da ética e do compromisso social.
Por outro lado, Reynol Pérez Fonticoba, controlador-geral adjunto, mencionou os desafios impostos pela informatização nos processos de controle, para os quais é necessária uma maior preparação, tanto para auditores quanto para gerentes. «O uso dessas ferramentas permite não só reduzir os tempos de análise, mas também melhorar a qualidade do trabalho e a identificação de riscos».
Em relação ao controle do orçamento do Estado, comentou que, por ser eminentemente social, é necessário avaliar em profundidade a qualidade dos gastos públicos e analisar a execução financeira.
Outra das questões levantadas no debate foi a posição que deveria ser adotada diante de supostos atos criminosos e corrupção e que, além da visão objetiva do problema e suas consequências, também é necessário refletir sobre as causas e como evitar a recorrência deste tipo de situação, com base em um intercâmbio com os trabalhadores.
Por trás de cada deficiência detectada nas entidades, havia alguém que descumpria suas responsabilidades de controle e supervisão, portanto cada análise implica em uma visão multidisciplinar, concordaram os presentes.
Liuba Rodríguez, auditora da empresa Metal-Mecánica Varona, refletiu sobre a importância do controle concorrente, que está rompendo com o conceito de que a auditoria é uma «caça às bruxas» e está sendo cada vez mais assumida pelo que é, um processo que acompanha e permite à empresa atingir seus objetivos de desenvolvimento através da identificação e prevenção de riscos.
Este tipo de controle, que foi concebido como eminentemente preventivo, pretende contribuir para aumentar a eficiência e a eficácia na gestão do empreendimento estatal socialista. «A auditoria é, acima de tudo, preventiva, e não há como prever se você não ensinar como fazê-lo», disse.
De acordo com o relatório de balanço, o plano anual de ações de controle do Sistema Nacional de Auditoria foi cumprido em 89%, enquanto 111 verificações especiais foram realizadas, 126 supostos atos criminosos foram detectados e 2.655 medidas disciplinares foram aplicadas.
