ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O desafio é semear no coração de cada cubano a paixão revolucionária, o desejo de trabalhar para o país. Photo: Estudios Revolución

É na dimensão simbólica, naquilo que chamamos de «o intangível» e que move vontades em uma direção ou outra, onde a grande batalha é travada. Portanto, não é por acaso que na terça-feira, 26 de abril, a partir do Palácio da Revolução, a análise do Programa para a transformação do trabalho político-ideológico foi um dos primeiros itens da agenda.

A importante reflexão ocorreu no contexto da 4ª Reunião Plenária do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, que foi presidida pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.

Rogelio Polanco Fuentes, membro do secretariado do Comitê Central do Partido e chefe de seu Departamento Ideológico, fez uma introdução no plenário sobre a Estratégia para a implementação do programa de trabalho político-ideológico.

Entre outros conceitos, o líder do Partido aludiu a áreas-chave de trabalho, como processos educacionais e culturais, a partir dos quais se forja uma cultura emancipatória contra todas as formas de preconceito e discriminação, e a favor da unidade nacional.

«Em todos esses esforços», disse, «a educação cubana foi tomada como eixo articulador, com o objetivo de treinar, consolidar, construir e reconstruir a hegemonia revolucionária em torno dos valores que sustentam a ideologia da Revolução».

Rogelio Polanco referiu-se a outras áreas-chave, tais como comunicação e processos tecnológicos, que têm como fim alcançar uma comunicação social eficaz a fim de preservar tradições revolucionárias, o enriquecimento e a defesa da cultura e identidade nacionais, e o amor à história do país. «É um propósito», disse, «para o qual todas as ferramentas disponíveis devem ser utilizadas, em particular as tecnologias de informação e comunicação».

Tudo o que é feito para preencher as lacunas da desigualdade e da discriminação é da maior importância no trabalho político-ideológico. Photo: Estudios Revolución

Os delegados então acrescentaram suas vozes, incluindo as do diretor do jornal Juventud Rebelde, Yoerky Sánchez Cuellar, para quem o trabalho político-ideológico, se é para cativar, para agitar, não pode ser em abstrato.

Com relação à Estratégia, destacou que, como deve ser implementada, ela se traduz em ações concretas; e sobre este ponto ele lembrou o Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz e seu conceito de que o trabalho ideológico pode ser sentido em ações, em realizações mensuráveis.

«A Estratégia não é nada», advertiu Yoerky Sanchez, «sem o empurrão de todos os atores. Precisamos do documento para nos tornarmos um instrumento de transformação a partir da base. O desafio é semear no coração de cada cubano a paixão revolucionária, o desejo de fazer algo pelo país».

O jovem jornalista assinalou que seria um erro pensar que os problemas ideológicos são de competência exclusiva do Departamento Ideológico do Comitê Central do Partido Comunista: «Esta é uma batalha para todos, e na Estratégia todos os processos têm igual valor, pois estão unidos no propósito comum de mudança no trabalho ideológico».

Como pode ser expresso o trabalho ideológico se não for na conduta do povo? Esta questão foi colocada durante a 4ª Reunião Plenária, em uma clara alusão ao horizonte que o trabalho ideológico representa e que consiste em construir uma conduta que exalte o ser humano.

Caridad Diego Bello, chefa do Escritório de Atenção aos Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, destacou o valor de estudos rigorosos na elaboração de políticas, e mencionou como a área de trabalho que ela dirige há muito depende de conhecimentos como o do Centro de Pesquisa Psicológica e Sociológica da Academia Cubana de Ciências (CIPS), que produziu numerosos e muito úteis estudos sobre a religiosidade no país.

A respeito de como os inimigos da Revolução sonham em capitalizar as lideranças que se destacam na sociedade cubana e tentam manipular os sentimentos religiosos, ela listou experiências positivas de articulações feitas pelo Partido e pelo Governo com setores deste universo.

Tudo o que é feito para preencher lacunas de desigualdade ou discriminação é crucial no trabalho político-ideológico. A vice-primeira-ministra, Inés María Chapman Waugh, refletiu sobre este aspecto, referindo-se a como, por exemplo, uma estratégia para enfrentar a violência de gênero já foi aprovada, e pouco a pouco estão sendo feitos progressos.

«Os programas se complementam e são todos igualmente importantes», disse a vice-primeira ministra, referindo-se àquele que busca o avanço da mulher, ou aquele que trata de um fenômeno tão negativo como a discriminação racial. «Todos se relacionam com as comunidades e também com a vida econômica em sociedade».

Ao prestar atenção a cada processo, Inés María Chapman referiu-se à importância de preparar diretivos para serem os arquitetos de tais esforços, de modo que possam motivar, convencer e sustentar ações dentro do socialismo cubano.

Rosario del Pilar Pentón Díaz, reitora da Escola Superior do Partido Ñico López, trouxe à tona uma área chave do trabalho político-ideológico, que está relacionada à formação de valores em nossas crianças e jovens: «devemos continuar pensando sobre como preencher o tempo destas novas gerações com conteúdo».

Por sua vez, Walter Baluja García, primeiro vice-ministro do Ensino Superior, acrescentou um aspecto de particular interesse ao dia da análise: referindo-se aos bairros que estão passando por transformações, lembrou o valor não apenas de ajudar os cidadãos a sair de circunstâncias desfavoráveis, mas de ir além disso e ajudá-los a participar dos processos educacionais, a melhorar a si mesmos em seus próprios ambientes comunitários.

Com relação às redes sociais, Baluja García disse que elas têm muitas reservas que podem ser utilizadas de forma otimizada se for fornecido treinamento: «quando forem utilizadas como múltiplas ferramentas, tanto para o cibercombate quanto para atender à população, então — naturalizadas e mais familiares a todos — elas se tornarão espaços mais úteis».

Bolívia Tamara Cruz, presidenta da União dos Jornalistas Cubanos na província de Villa Clara, falou em manter o povo sempre informado.

Em seus comentários iniciais, ela confessou seu orgulho de ser jornalista, e depois se referiu ao compromisso da mídia de informar os cubanos. «Essa tarefa não diz respeito apenas aos jornalistas, mas também a todos os líderes do país».

Sobre Cuba nas notícias, Tamara Cruz falou de não esperar que outros falassem sobre o assunto, mas sim que os revolucionários fossem os primeiros a informar. «Eu os convido», disse aos presentes, «a sempre se comunicarem com o povo».

Ao final da análise sobre o tema ideológico, o membro do Bureau Político e Secretário de Organização do Comitê Central do Partido Comunista, Roberto Morales Ojeda, falou da necessidade de materializar a Estratégia em todos os espaços: espaços físicos, meios tradicionais e novas tecnologias de informação e comunicação. «Defender a pátria a partir de tais cenários e sempre acompanhada de memória histórica», enfatizou, «é uma tarefa de primeira orden».