ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O país não conseguiu ter o financiamento oportuno e necessário para realizar os trabalhos de manutenção pendentes, e foi necessário adiá-los em um grupo de usinas. Photo: Estudio Revolución

«As avarias e a manutenção necessária que tiveram que ser realizadas nas usinas de geração de energia térmica, bem como o déficit na disponibilidade de combustível, são as causas fundamentais que levaram à instabilidade que é evidente no Sistema Elétrico Nacional (SEN)».

Isto foi declarado pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, durante a reunião do Conselho de Ministros que ocorreu na quarta-feira, 25 de maio, ao explicar a complexa situação da geração de eletricidade que o país está vivendo nestes dias, com o consequente desconforto que causa em nossa população e a paralisação de uma parte importante da atividade econômica.

Além deste cenário, o líder cubano comentou outras realidades que afetam a vida do povo cubano e estão associadas à intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos e as medidas aplicadas pela administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

«Que estas coisas estejam acontecendo, que nossa economia esteja sendo afetada, que nossa população esteja sendo afetada», refletiu, «mostra quão perversa é a política de bloqueio, e também demonstra os dois pesos e duas medidas da política do governo dos EUA, quando diz que fará todo o possível para que o povo cubano tenha melhores chances de vida».

O presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, durante a reunião do Conselho de Ministros que ocorreu na quarta-feira, 25 de maio, explicou a complexa situação da geração de eletricidade que o país vive atualmente. Photo: Estudio Revolución

Referindo-se às avarias, por exemplo, o presidente detalhou que um grupo delas aconteceu «porque o país não conseguiu ter o financiamento oportuno e necessário para realizar a manutenção que está pendente, e foi necessário adiá-las em um grupo de usinas. Isto levou ao colapso de certos sistemas», disse.

Além desta realidade, destacou, «houve também a coincidência de muitas destas avarias em um curto período de tempo, fazendo com que várias usinas ficassem fora de serviço ao mesmo tempo».

Diante deste cenário complexo, o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista assegurou que todos os coletivos de trabalhadores do SEN e, particularmente, das usinas termelétricas, estão trabalhando arduamente para resolver estes problemas o mais rápido possível, levando em conta a complexa situação de recursos de que dispomos.

Como exemplo deste árduo esforço que está sendo feito em todo o país, comentou a forma como o trabalho tem sido realizado a partir dos danos ocorridos na tarde de terça-feira, 24, na usina termoelétrica Antonio Guiteras, onde um raio causou danos que levaram a usina a ser retirada de serviço. Na hora, disse o presidente, «era a usina com a maior capacidade de geração de eletricidade do país».

«De maneira muito intensa, com um trabalho que não parou desde a interrupção nas horas da tarde até hoje, conseguimos sincronizar esta unidade com o SEN», disse o presidente.

No caso da manutenção programada, explicou que, com o financiamento que foi disponibilizado neste momento, foi dada prioridade a um grupo de usinas que permitirá restaurar a energia e garantir um verão melhor para a população. «Esta é a maneira mais rápida de recuperar a energia», disse.

«São procesos», disse, «que são realizados em etapas, de forma programada e que levam tempo, sobretudo devido aos níveis acumulados de danos».

«Na manutenção», disse, «também trabalhamos com insistência, trabalhamos com rigor e trabalhamos com intensidade. Entretanto, se por um lado há usinas que estão fora de serviço devido a esta manutenção necessária, e por outro lado há quebras que ocorreram em certas usinas, isto sem dúvida tem um impacto na geração, especialmente nas horas de ponta», disse.

«Nos últimos días», disse, «este cenário foi agravado por falta de combustível disponível, que causou apagões irritantes, quase o dia todo, no país. Não temos combustível suficiente disponível para gerar com as estações de reserva — em outras palavras, com a geração distribuída — porque temos o combustível para gerar com as estações térmicas, mas se estas ficarem fora de serviço há um déficit e este tem que ser coberto com geração distribuída», disse.

«Se uma parte significativa desta geração distribuída funciona com diesel», explicou, «e não temos esse combustível, então mesmo que tenhamos os geradores para cobrir o déficit de energia, não podemos fornecer o serviço».

«A coincidência destes problemas é o que tem causado a instabilidade que temos vivido por mais de uma semana em nosso país», resumiu o presidente da República.

Por outro lado, anunciou que estão em andamento negociações que deverão levar a uma maior estabilidade nos próximos meses. Garantiu que todas as variantes de operação combinada estão sendo analisadas em detalhes diariamente a fim de reduzir os déficits de geração, embora no momento atual, devido às condições em que nos encontramos — entre manutenção, avarias e baixa disponibilidade de combustível — a situação deva ser ainda mais complexa nos próximos dias.

De acordo com as ações em curso, o chefe de Estado considerou que o contexto atual deveria melhorar nos últimos dias de maio. Estamos buscando por todos os meios acelerar os processos de negociação tecnológica e de combustível, para que possamos alcançar a estabilidade do SEN no menor tempo possível.

«Podemos garantir que o trabalho está sendo feito sem descanso», ratificou. «Esta intensidade de trabalho, este esforço responsável que os trabalhadores de nosso SEN estão fazendo», enfatizou, «também deve ser apoiada por uma economia consciente, tanto quanto possível, no uso racional da eletricidade, tanto no setor estatal quanto no setor residencial. É isso que pedimos a nosso povo que faça», enfatizou.

«A forma como possamos superar um grupo de obstáculos e adversidades», enfatizou, «vai nos permitir entrar mais ou menos rapidamente em uma situação de estabilidade».