ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
A reunião destacou o bom estado das relações bilaterais entre Cuba e Itália, com ênfase nos laços comerciais, de investimento e de cooperação. Photo: Estudio Revolución

«Investir em Cuba é uma boa decisão. É um mercado seguro e um país onde há controle da Covid-19, um alto nível educacional e um povo culto e hospitaleiro», garantiu na quarta-feira, 1º de junho, o membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, durante o segundo dia do 13º Congresso da Confederação dos Italianos no Mundo (CIM).

Do hotel Nacional, local do evento, o chefe de Governo destacou o bom estado das relações bilaterais entre Cuba e Itália, com ênfase nos laços comerciais, de investimento e de cooperação, que foram fortalecidos durante estes anos de enfrentamento da pandemia do coronavírus.

Considerou um privilégio realizar aqui, pela segunda vez, um congresso da CIM, «um espaço para oferecer nossas oportunidades de negócios, do qual surgirão acordos benéficos para ambas as partes e que contribuirão para continuar fortalecendo os laços econômicos e a amizade».

Photo: Estudio Revolución

Em seu discurso, Marrero Cruz reiterou que nosso país está aberto ao investimento estrangeiro como um componente essencial para seu desenvolvimento econômico e social, ao mesmo tempo em que destaca o ambiente favorável aos investidores estrangeiros, com uma localização geográfica estratégica para a entrada em um mercado em expansão.

Com relação à Itália, o nono maior parceiro comercial de Cuba no mundo e sétimo maior emissor de serviços turísticos em 2021, o primeiro-ministro insistiu na importância de promover as relações interbancárias, como um apoio para o avanço dos laços econômicos e de cooperação e apoio aos investidores italianos.

Marrero Cruz também falou do bloqueio reforçado e de sua tentativa de asfixiar a economia cubana, bem como da «resistência heróica de nosso povo» diante de uma política genocida que, em mais de 60 anos, causou milhões de dólares em prejuízos.

Somente em 2021, disse, «mais de cem bancos deixaram de ter relações de correspondência com instituições bancárias cubanas, o que limitou significativamente as possibilidades de acesso ao crédito e de realização de operações de cobrança e pagamento, como parte das operações de comércio exterior».

Photo: Estudio Revolución

Diz-se, comentou mais tarde o primeiro-ministro, que «os problemas de Cuba não são causados pelo bloqueio, mas pela incapacidade do governo. Nós respondemos: levantar o bloqueio e nos dar a oportunidade de mostrar o que somos capazes de fazer pelo povo cubano».

E acrescentou: «A única coisa que nos vincula às responsabilidades que temos é o sagrado compromisso com a Revolução, baseado na justiça social, que nada mais é do que trabalhar com e para o povo».

Entretanto, segundo Marrero Cruz, «o país não parou e está avançando na melhoria de seu modelo econômico e social, para o qual foram adotadas várias medidas destinadas a impulsionar a economia, eliminando obstáculos e incentivando as forças produtivas».

O ministro do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca Díaz, apresentou então a carteira de negócios de Cuba, composta de 678 projetos, com um valor de investimento estimado em 12.5 bilhões de dólares.

Entre as prioridades, mencionou aquelas empresas que contribuem para o aumento e diversificação das exportações de bens e serviços, contribuem para a geração de eletricidade a partir de fontes renováveis e eficiência energética, juntamente com aquelas que têm como fim aumentar a produção de alimentos de forma competitiva e aquelas que são intensivas em conhecimento.

Quanto ao fornecimento exportável de bens e serviços, explicou que é composto por mais de 350 produtos, com predominância dos setores biofarmacêutico, turístico e agroalimentar.

Quanto às relações bilaterais Cuba-Itália, Malmierca Díaz mencionou a presença do país europeu em setores prioritários como energia, construção, indústria, turismo, tecnologias avançadas e, especificamente em termos de investimento estrangeiro direto, informou que há 17 empresas em operação, seis filiais de agências de viagem, três empresas na Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel e 45 filiais italianas.

Enquanto isso, entre o potencial para promover o trabalho conjunto, mencionou a diversificação dos parceiros comerciais e de investimento, o aumento da participação das MPMEs italianas nas empresas que contribuem para o desenvolvimento local, bem como a promoção de projetos de cooperação em setores estratégicos do Plano Nacional de Desenvolvimento até 2030.

Na abertura do debate, vários empresários expressaram sua intenção de fazer negócios com a Ilha maior das Antilhas, ao mesmo tempo em que explicitaram sua exigência do fim do bloqueio norte-americano, posição pela qual o chefe do Governo cubano expressou sua gratidão, assim como a posição invariável da Itália em defesa de nossa terra.

AS RELAÇÕES DE TURISMO ENTRE CUBA E ITÁLIA TÊM MUITAS PERSPECTIVAS

No final do dia, em declarações à imprensa, o primeiro-ministro chamou a atenção para o «renascimento do turismo», em uma clara referência à gradual decolagem do setor, e disse que «a Itália e Cuba têm muitas perspectivas; muitos italianos terão a oportunidade de visitar a Ilha, um país seguro e pacífico, onde todo o povo os acolherá como irmãos, como se esta fosse sua casa».

A pandemia, apontou, parou os fluxos turísticos no mundo inteiro e agora há um despertar na ordem internacional, e também em Cuba há um importante processo de recuperação.

Segundo ele, até o final do ano foi acordado aumentar as operações aéreas da Itália e há planos para aumentar a comercialização de circuitos turísticos em todo o país.

Entre italianos e cubanos, disse, «há muita empatia, que acaba se transformando em amizade, e há um grande potencial não só no comércio, mas também no intercâmbio entre os dois povos através do turismo».