
«Neste país podemos conseguir tudo o que nos propomos, porque há inteligência, talento e capacidade intelectual para fazê-lo», disse o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em um intercâmbio com profissionais do Centro de Engenharia Clínica e Eletromedicina (Cicem).
Este aspecto da ciência e inovação na Saúde Pública cubana esta semana foi o foco da reunião que o chefe de Estado vem realizando, há mais de dois anos, com especialistas e cientistas para tratar de questões relacionadas ao setor.
Estes encontros se tornaram um elo icônico e paradigmático Governo-Ciência, cuja gênese estava no enfrentamento da pandemia da Covid-19 e agora se expande, sempre em busca de respostas e soluções para garantir o maior bem-estar possível para nossa população.
Com a palestra Inovação em tecnologia médica em Cuba, apresentada pelo engenheiro Sebastián Pereira Vandrell, vice-diretor de Inovação e Desenvolvimento do Cicem, a liderança do país ficou imersa no trabalho criativo de uma instituição que começou a dar seus primeiros passos em outubro de 1963, quando foi estabelecido o primeiro grupo técnico de Electromedicina, do ministério da Saúde Pública, com o objetivo de instalar, reparar e manter os equipamentos médicos existentes naquela época.

Foi lembrado que no dia 23 de agosto de 1982, no conselho ampliado de Ciências Médicas, realizado em Havana, o Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz lançou a ideia de criar uma rede nacional de Eletromedicina, «com o objetivo de aumentar o potencial do Sistema Nacional de Saúde no diagnóstico e tratamento de doenças».
O mandato estatal do Cicem é «atuar como órgão governante, regulador e metodológico e representante oficial da rede nacional de eletromedicina».
Seus 3.813 trabalhadores, 91,7% dos quais estão diretamente envolvidos na produção, estão comprometidos em manter mais de 430.000 dispositivos clínicos e quase 111.000 tecnologias médicas atualizadas — principalmente com base na ciência e na inovação — bem como em fornecer serviços técnicos em mais de 30 países, como parte de acordos bilaterais.
A engenhosidade dos profissionais e técnicos do Cicem é complementada por alianças estratégicas com centros de pesquisa e universidades de todo o país, e relações cooperativas e produtivas com o Sindicato Nacional da Indústria e Indústria Militar, CITMA e empresas fabricantes de tecnologia médica como Combiomed, Cneuro, Ceaden, Cenic, Biofísica Médica, entre outras.

Ao mesmo tempo, foram mantidos os serviços prestados a outros serviços técnicos vitais para o Sistema Nacional de Saúde (esterilização, emergências médicas, diálise e radioterapia, etc.), com menção especial às atividades realizadas pelo serviço técnico de Eletromedicina durante a pandemia da Covid-19.
Os esforços do Cicem na montagem, comissionamento e garantia de equipamentos médicos e laboratórios de biologia molecular, entre outros, foram lembrados, incluindo a certificação de equipamentos médicos para os testes clínicos dos candidatos a vacina Soberana, Soberana Plus, Abdala e Mambisa, e todos aqueles utilizados na estratégia de vacinação anti-Covid-19.
Sua aliança de pesquisa e desenvolvimento com a indústria nacional inclui a fabricação de equipamentos de proteção (máscaras respiratórias, viseiras e óculos de proteção), o reparo de ventiladores pulmonares importados e a fabricação de acessórios para estes.
Com diferentes instituições Biocubafarma, como a Combiomed (Empresa Comercial para los Produtos de Computação, Biotecnologia e Medicina), trabalhou durante o início da pandemia na recuperação de ventiladores volumétricos de alto desempenho em unidades de tratamento intensivo, e com o Centro de Neurociencias de Cuba (Cneuro) trabalhou na materialização de projetos de impressão 3D, incluindo o projeto, modelagem e fabricação do filtro bacteriológico para gases expirados de ventiladores pulmonares.
Nesta mesma área, estabeleceu alianças com o grupo de desenvolvimento de peças de impressão 3D Gelect da Eletrônica, para projetos que permitiram avançar na busca de soluções para rupturas em equipamentos médicos, tais como acessórios em "Y" e peças para microscópios cirúrgicos, bem como a fabricação de resistências para autoclave.
Segundo o engenheiro Pereira Vandrell, o Cicem se beneficiou do impulso dado pelo presidente da República ao vínculo entre o setor produtivo e as universidades, tanto através do desenvolvimento de projetos de pesquisa como da inserção de estudantes de Engenharia Biomédica e Elétrica em estágios, da tutoria para o trabalho de tese com foco na pesquisa e desenvolvimento de soluções e na realização prática de teses de graduação.
O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido indicou, a propósito, a atenção que deve ser dada aos recém-formados das universidades, dando-lhes todas as oportunidades de se familiarizarem com tecnologias avançadas e até mesmo treinamento no exterior. Também insistiu que, em suas parcerias, o Cicem deve levar em conta o potencial do setor não estatal.
«Nossas limitações», disse, «podem ser devidas à falta de peças, mas não porque deixemos de pensar. Temos que pensar como um país», acrescentou, «onde a criatividade e a inovação devem ter precedência».
Com relação ao anúncio feito pelos diretores do Cicem sobre o projeto que estão desenvolvendo para ter uma incubadora cubana de neonatologia («que não será a melhor, mas será muito boa»), Díaz-Canel lhes disse que sim, «temos que começar fazendo uma boa incubadora, mas com o objetivo de conseguirmos o melhor do mundo».







