Atingir 100% da geração com fontes renováveis de energia em Cuba — que hoje
cobrem apenas 5% da matriz energética do país, um atraso notável em relação às previsões previstas na política aprovada em 2014 — é essencial para alcançar a soberania energética, foi relatado em 15 de junho na capital.
«No entanto, chegar a esse número requer pelo menos 11.000 megawatts (MW) instalados em parques solares fotovoltaicos, cerca de 2.000 MW em energia eólica, além de produzir um potencial de cerca de 800 MW em biomassa de cana de açúcar, e tudo isso não exclui o que pode ser possível em casas; por exemplo, a instalação de pequenos painéis solares e turbinas eólicas, entre outras ações», disse Liván Arronte Cruz, ministro de Energia e Mineração (Minem).
Neste contexto, e especialmente agora que a situação do sistema elétrico nacional é muito tensa, é necessário incentivar o desenvolvimento de projetos e estratégias, nos quais a segunda edição da Feira Internacional de Energia Renovável, a ser realizada de 22 a 24 deste mês, desempenhará um papel fundamental.
O ministro explicou que o evento, a ser realizado na feira Pabexpo, em Havana, tem a intenção de promover o investimento estrangeiro no setor, com vistas a priorizar a energia solar, a cana-de-açúcar ou biomassa florestal, bem como a energia eólica, como fontes fundamentais.
«O objetivo é promover todos os projetos atuais sobre o uso eficiente da energia, bem como o uso de fontes renováveis e seu impacto no desenvolvimento local», acrescentou.
Rosell Guerra Campaña, diretora de energias renováveis do Minem, explicou que são esperados mais de 24 expositores, incluindo dez empresas estrangeiras, além da participação de cerca de 29 países.
Também estarão presentes importantes organizações internacionais, como a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) e a Aliança Solar Internacional, da qual Cuba é membro pleno, assim como a Silk Road and Belt Energy Alliance, à qual Cuba aderiu recentemente.
Informou que, no âmbito da Feira, haverá espaços dedicados a conferências destas organizações, fóruns sobre energia sustentável, mesas-redondas sobre investimentos e negócios, intercâmbios com a indústria nacional e universidades, assim como um workshop relacionado ao desenvolvimento local.
Erdey Cañete Tejas, diretor do Escritório Nacional de Controle do Uso Racional de Energia (Onure), destacou a importância do primeiro seminário internacional sobre eficiência energética, que acontecerá dentro do programa, pois tenciona compartilhar experiências internas e de outras nações sobre este tema e, especialmente, dedicará um segmento aos modelos de negócios das empresas de serviços energéticos, com a incorporação de novas formas de gestão não estatal.
