
Durante quase um século, esta terra foi povoada pela terna e luminosa caneta de Fina García Marruz, uma das mais altas vozes da literatura contemporânea em Cuba e na América Latina. Nesta segunda-feira, 27 de junho, a poetisa, ensaísta, pesquisadora e intelectual cubana se despediu da vida como somente aqueles abençoados com o dom da imortalidade podem: deixar para trás um imenso campo cultivado com seu trabalho deslumbrante.
A vencedora do Prêmio Nacional de Literatura foi suspensa na eternidade ao lado de seu parceiro de vida, o renomado intelectual cubano Cintio Vintier, com quem também compartilhou uma paixão sem limites pelo estudo da obra de José Martí.
A excelente criadora soube transcender em paralelo com sua poesia e seu trabalho de pesquisa, pelo qual recebeu importantes prêmios, incluindo o Prêmio Nacional de Pesquisa Cultural, o Prêmio Pablo Neruda Ibero-Americano de Poesia, o Prêmio Reina Sofia de Poesia Ibero-Americana e o Prêmio Internacional Federico García Lorca de Poesia. Ela também recebeu as ordens nacionais José Martí, Alejo Carpentier e Félix Varela.
O ensaísta e estudioso de sua obra lírica, Enrique Saínz, disse de seu extraordinário gênio: «Não é gratuito nem injustificado que esta mulher pertença verdadeiramente ao grupo Orígenes, aquele formidável movimento espiritual da cultura latino-americana que colocou a poesia e os ensaios sobre a poesia em um nível verdadeiramente universal».