
O Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) já tem o candidato a vacina contendo o antígeno da variante do SRA-CoV-2 Omicron, e continuará, no futuro, com as correspondentes avaliações pré-clínicas e clínicas.
Isto foi anunciado pela membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido e diretora-geral do CIGB, dr.a Martha Ayala Ávila, durante uma reunião técnica com as mais altas autoridades do Grupo Empresarial BioCubaFarma, onde informou que, no futuro imediato, continuarão com as avaliações pré-clínicas e toxicológicas em modelos animais, e então passarão à fase de estudos clínicos, em conjunto com o Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed) e o ministério de Saúde Pública (Minsap).
Da sede do CIGB, a diretora explicou que o novo candidato a vacina se baseia na sequência do RBD, ou seja, o domínio receptor de ligação das células humanas, através do qual este tipo de coronavírus penetra.
Até agora, disse, «sua imunogenicidade foi avaliada em modelos animais, e foi demonstrado que ela tem a capacidade de induzir uma alta imugenicidade».
Portanto, disse, «estamos agora em condições de enfrentar o desenvolvimento deste candidato a vacina, a fim de continuar acumulando estudos pré-clínicos, realizar estudos clínicos e, o mais rapidamente possível, analisar quando estaríamos em condições de usar o candidato a vacina na população».
Ayala Ávila também destacou que, com base em seu domínio tecnológico, o CIGB tem a capacidade de produzir este candidato a vacina em seus laboratórios, de se ligar aos Laboratórios AICA e de realizar estudos clínicos em coordenação com o Minsap, sempre com a aprovação da autoridade reguladora cubana.

Ayala, membro do Bureau do Partido Político, enfatizou que, desde que o CIGB começou a trabalhar no desenvolvimento de candidatos à vacina anti-Covid-19, tem estado atento à evolução do vírus e, com base em seu domínio da plataforma tecnológica utilizada para desenvolver a vacina Abdala, tem também obtido antígenos vacinais de outras variantes.
«Tínhamos antígenos vacinais baseados nas variantes Alfa, Beta, Gamma e Delta no laboratório, e quando a variante Omicron apareceu e se tornou uma variante preocupante, então trabalhamos na obtenção do antígeno para nos proteger dela», disse.
Ayala Ávila apontou que a maioria das vacinas existentes são baseadas na variante D614G (detectada em Wuhan), mas nos últimos dois anos e meio o vírus evoluiu, introduzindo novas mutações em áreas importantes de sua estrutura que têm a ver com sua capacidade de infectar e transmitir, e que podem escapar da resposta imunológica induzida em indivíduos por infecções ou vacinas anteriores.
Acrescentou que as vacinas atuais, incluindo as cubanas, têm sido capazes de aumentar a imunidade, induzir uma resposta potente ao vírus e controlar surtos pandêmicos, mas estas variantes da Omicron estão se afastando da original, e é pertinente pensar em um novo candidato a vacina para aumentar no futuro.
Precisamente sobre este assunto, o doutor Eduardo Martínez Díaz, presidente da BioCubaFarma, disse que a estratégia com este candidato a vacina é utilizá-la se, no futuro, uma nova reativação for necessária, como as previsões científicas parecem indicar, e para a qual o trabalho está sendo acelerado.
Este candidato, acrescentou, «seria mais eficaz em termos de neutralização contra as novas variantes que estão sendo derivadas da Omicron, e representa uma vantagem em termos de antecipação de outras possíveis variantes que possam surgir».
Ambas as autoridades científicas enfatizaram que, por enquanto, o reforço será realizado com as vacinas atuais, que demonstraram capacidade de resposta imunológica contra as variantes do SARS-CoV-2.
Finalmente, Martha Ayala Ávila disse que «tentaremos fazer avançar o candidato a vacina o mais rápido possível, mas não podemos deixar de fazer as coisas que são exigidas por lei, cumprindo com as boas práticas de fabricação».