
O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, afirmou no sábado, 27 de agosto, que Cuba superará a atual crise energética gerada pelos danos causadosdurante anos pelo bloqueio dos EUA.
Em um novo percurso pelas usinas termelétricas Máximo Gómez, em Mariel e Ernesto Guevara de la Serna, em Santa Cruz del Norte, o chefe de Estado deu detalhes da estratégia para superar a situação do Sistema Elétrico Nacional (SEN) que tem levado a apagões contínuos por vários meses.
«Esta situação», disse, «não tem nada a ver com a atividade inimiga, nem com qualquer atitude ruim por parte dos trabalhadores das usinas termoelétricas».
«Tem a ver com os danos sistemáticos causados pelo bloqueio, que deixou o país sem nenhum financiamento possível para realizar a manutenção, reparos e novos investimentos necessários para o setor. Portanto, hoje temos um processo acumulado de deterioração tecnológica, que não pode ser resolvido em um curto período de tempo».
Em qualquer uma das usinas termoelétricas visitadas, o presidente comentou, que o que se vê é um trabalho intenso, sob condições muito difíceis, por muitas horas e com enorme atitude positiva por parte dos trabalhadores da eletricidade, para recuperar a capacidade de geração no menor tempo possível e, é claro, para proporcionar mais estabilidade, para se afastar dessas situações complexas e desagradáveis que afetam toda a nossa população.

O presidente lembrou o comparecimento televisivo em junho, onde uma estratégia havia sido proposta para evitar apagões nos meses de verão, um projeto bem concebido que produziu resultados como a incorporação do oitavo gerador da usina de Mariel e a recuperação de outro gerador da usina termelétrica Carlos Manuel de Céspedes, de Cienfuegos, ambos trabalhando agora com estabilidade.
«Mas esta estratégia desmoronou», explicou, «quando tivemos o acidente na caldeira da usina Felton 2, quando ocorreu a quebra de uma peça na usina Felton 1, e devido à instabilidade com que a termelétrica Antonio Guiteras, em Matanzas, tem trabalhado, pois não conseguimos fazer os trabalhos de manutenção tão minuciosos que está precisando.
«Para que o sistema eletroenergético do país funcione de forma estável», disse, «é necessário que o núcleo duro desta geração, que são as usinas termoelétricas Felton e Guiteras, esteja totalmente operacional».
«Diante destas adversidades», disse o líder cubano, «a estratégia foi atualizada com três objetivos fundamentais: primeiro, afastar-se do apagão o mais rápido possível, minimizá-lo, e pretendemos alcançá-lo antes do final deste ano».
«Um segundo objetivo é desenvolver, durante 2023, um grupo de investimentos e manutenção que dê estabilidade ao sistema, que o fortaleça. E um terceiro ponto, como parte de tudo o que está sendo feito e dos novos investimentos, é a mudança da matriz energética».
Díaz-Canel explicou que, como resultado do primeiro financiamento que foi entregue há alguns meses, peças e componentes estão entrando no país para a manutenção de vários geradores e termoelétricas, o que nos permitirá avançar na recuperação da capacidade de geração. «Isto vai melhorar gradualmente de setembro a dezembro», explicou.
«Recentemente, em meio a esta situação, outro financiamento foi concedido para recuperar capacidades de geração térmica e distribuída que não estavam previstas, e ao mesmo tempo há todo um grupo de investimentos em tecnologias de nova geração», disse.
Em geral, disse Díaz Canel, «está prevista a recuperação de mais de 270 megawatts na geração térmica antes de dezembro, nas usinas onde projetamos a manutenção e reparos. Na geração distribuída, (geradores em rede), podemos incorporar 180 megawatts. E com os novos investimentos, podemos acrescentar mais de 450 megawatts. Estamos falando de números entre 700 e 900 megawatts, se toda esta estratégia funcionar bem».
O primeiro-secretário especificou que «sempre falo em previsão, porque nesta situação de instabilidade e deterioração que o SEN está passando, surgem imprevistos, e não se pode falar de números totalmente exatos porque algo dá errado e o crescimento esperado diminui».
«O importante agora», disse, «é monitorar continuamente como estas manutenções e reparos estão sendo realizados, como estas capacidades estão sendo incorporadas, como o resto do sistema continua se comportando e que equilíbrio estamos alcançando na geração de eletricidade».
«A estratégiainclui também um grupo de ações recentemente aprovadas pelo Comitê Executivo do Conselho de Ministros para trabalhar sobre a demanda, especialmente voltada para os altos consumidores. Temos que buscar uma diminuição na demanda, que nos últimos meses atingiu números nunca antes alcançados no país».
O presidente referiu-se ao fato de toda esta situação ter sido explorada pelos inimigos da Revolução para criar desânimo, incerteza, para fazer apelos ao vandalismo, para promover a desordem. Infelizmente, há pessoas que, com vandalismo e comportamento indecente, se prestam a tais ações».
«Separo este comportamento das dúvidas que a população possa ter em um dado momento, de suas demandas ou preocupações que são canalizadas através dos sistemas de atendimento que temos no Partido, no Governo e nas instituições da Revolução», esclareceu.
«Todos os diretivos do Partido e do Governo», salientou o presidente, «estão plenamente envolvidos nos municípios e bairros, atendendo a toda a insatisfação que existe com esta situação».
Díaz-Canel falou da política hipócrita, de duplo padrão, genocida e desumana de tentar subjugar o país através de sanções injustas e de um bloqueio intensificado. «São precisamente aqueles que estão tentando gerar essas matrizes que trouxeram o país a esta situação».
«Embora ainda haja dias, semanas e meses difíceis pela frente, ninguém aqui está desistindo, os trabalhadores da energia estão na primeira linha, com um tremendo esforço, encontrando soluções», enfatizou.
«Há um grupo integrado de instituições governamentais trabalhando para avançar o mais rápido possível com as importações, com os recursos que possa entregar a indústria nacional a todas essas tarefas de recuperação e manutenção, e também acelerando os negócios de novas importações de tecnologias com as quais o país pode contar para alcançar a estabilidade necessária».







