ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

«Cuba continua apostando no investimento estrangeiro como uma importante fonte de desenvolvimento, com uma visão que abrange praticamente todos os setores com projetos em todo o país, e em interação com os atores econômicos».

Foi o que disse em 15 de novembro Rodrigo Malmierca Díaz, ministro do Comércio Exterior e o Investimento, na 38ª Feira Internacional de Havana, quando apresentou o Portfólio atualizado de Oportunidades de Negócios com Investimento Estrangeiro, que tem 708 projetos em 2022, 30 a mais do que na anterior.

Na presença do membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, disse que estes projetos «não são apenas ideias, porque sabemos o que queremos fazer, o capital a investir, para que quando os interessados consultarem o Portfólio, já tenham um nível de informação disponível».

Destacou, como uma peculiaridade, que desde a aprovação, um papel mais ativo tem sido dado aos territórios, portanto haverá a participação dos governos locais, com a existência de 104 projetos que melhoram a produção e os serviços, quase duas vezes mais do que na publicação anterior.

Acrescentou que, apesar das dificuldades, existem condições que favorecem a atração de investimentos estrangeiros, juntamente com as garantias e incentivos fiscais previstos na atual legislação cubana.

«A recuperação da economia nacional», disse, «contribuirá para um ambiente mais favorável para incentivar a entrada de capital estrangeiro, enquanto continuaremos expandindo e diversificando as oportunidades de negócios e facilitar seu estabelecimento».

O titular do ministério do Comércio Exterior e o Investimento disse que as principais mudanças incluem a incorporação de 101 novos projetos, três na Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM), a retirada de 71 projetos e a adaptação de 229 projetos, com mudanças na descrição, modalidade e quantidade de investimento, entre outros aspectos.

Malmierca Díaz acrescentou que os novos projetos incluem quatro relacionados ao setor financeiro bancário, oito ao comércio atacadista e varejista, bem como 11 oportunidades de negócios com novos atores não estatais, apresentadas através de governos locais.

Destacou que estes são tempos difíceis, devido aos efeitos pós-pandêmicos da Covid-19, que mergulhou o mundo em uma crise econômica, que em Cuba é mais aguda devido aos efeitos do intenso bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo norte-americano contra a Ilha.

Malmierca Díaz ressaltou que todos os investimentos recebidos estão ligados à Estratégia de Desenvolvimento Econômico e Social até 2030 e, para isso, os negócios são facilitados, os obstáculos são eliminados e novas oportunidades são promovidas.

Acrescentou que em anos anteriores houve uma queda no capital de investimento, que estava começando a se recuperar no número de empresas autorizadas, embora com menos capital.

Também especificou que, até o momento, registraram-se avanços nas negociações para mais de 50 novos projetos.

Em referência à atualização da política setorial, detalhou que, desde a aprovação da Lei 118ª de 2014, 272 empresas foram aprovadas fora da ZEDM e 51 na Zona, com empresas de mais de 40 países.

Na Janela Única para Investimentos Estrangeiros (Vuinex), disse que está de acordo com os esforços do país para informatizar a sociedade, e inclui acordos de cooperação assinados com mais de 15 entidades para a emissão de licenças.

Entre as recentes atualizações das políticas e regulamentações do investimento estrangeiro, Malmierca relatou a possibilidade de parceria com pessoas jurídicas não estatais, embora haja alguns detalhes a serem definidos para iniciar estas negociações.

Destacou a nova metodologia de preparação de estudos técnico-econômicos, a participação majoritária permitida de estrangeiros e a eliminação da política restritiva relativa à criação de contas offshore.

Esta atualização inclui o desenvolvimento de negócios de investimento estrangeiro no comércio atacadista e varejista, para captar recursos financeiros, expandir o acesso aos mercados de abastecimento e obter métodos de gestão, tecnologias e técnicas de marketing avançadas, a fim de alcançar um abastecimento estável de bens para melhorar a eficiência do comércio em Cuba.

Referiu-se à aprovação de um esquema financeiro diferenciado, no qual os investidores poderão operar em moeda estrangeira, de modo que todas as suas cobranças e pagamentos serão totalmente respaldados pela liquidez em moeda estrangeira.