ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Outro papel de liderança que não está sendo desempenhado nos municípios é o «controle do controle». Há sérios problemas na inspeção dos preços e na transformação desta realidade. Photo: Ricardo López Hevia

«Qualquer decisão que tenha um impacto positivo no bem-estar da população deve ser tomada sem hesitação, e a confiança do povo em seus representantes deve ser retribuída com resultados», assegurou o membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, em recente reunião com os governadores, realizada no Palácio da Revolução.

«Não podemos adiar para amanhã o que podemos fazer hoje, e temos que exigir mais de toda a cadeia de comando. Há um alto nível de comprometimento e sacrifício por parte dos líderes principais, mas às vezes aqueles que têm que se envolver em certas questões todos os dias não fazem o mesmo».

«Não conseguiremos nada se os diretivos principais estiverem de joelhos se os outros não estiverem com o mesmo sistema, com o mesmo nível de comprometimento e convicção de sua responsabilidade com o povo e com a solução dos problemas», disse o chefe do Governo no intercâmbio, que deu ênfase especial às diretrizes apresentadas no Conselho de Ministros para aumentar as ações destinadas a regular e enfrentar preços abusivos.

«É urgente que as Diretorias de Finanças e Preços, como líderes da atividade nos municípios e províncias, desempenhem as funções que lhes correspondem, pois hoje as ações são realizadas nos territórios sem o conselho de especialistas», disse o chefe da filial, Meisi Bolaños Weiss.

«E outro papel de liderança que não está sendo exercido nos municípios é o “controle do controle”. Há sérios problemas com a inspeção de preços, e o trabalho das estruturas locais e as demandas das administrações neste nível são essenciais para transformar esta realidade», enfatizou o ministro.

«O objetivoé identificar em cada território os produtos e serviços que são mais reclamados pela população e têm maior impacto, e estes devem ser regulamentados através de consultas, com um apelo às empresas, micro e PMEs e aos autônomos para que realizem uma revisão abrangente de seus preços», disse.

Marrero Cruz voltou à produção de alimentos, uma questão prioritária que exige, entre outras ações, a atualização dos indicadores da agricultura urbana, suburbana e familiar. Photo: Jose M. Correa

Neste sentido, mencionou, entre outras atividades, a comercialização de produtos agrícolas, gastronomia leve, padaria e confeitaria, a venda de produtos prontos para venda (refrigerantes, água, sucos, maltes, geleias, etc.), bem como serviços associados à construção civil, transporte, fabricação de móveis e bens diversos, utensílios domésticos e reparos e reparos de bens domésticos e eletrodomésticos.

Há também outros incentivos que, segundo Bolaños Weiss, podem ser aplicados nos territórios para influenciar os preços. Em primeiro lugar, existe o mercado, pois estar localizado em uma área com alta concentração de pessoal é um elemento a ser levado em conta. Taxas mais baixas de aluguel também podem ser implementadas, bem como abatimentos de impostos sobre vendas, algo que não é suficientemente utilizado nos territórios.

A chefa das Finanças e Preços também falou de boas experiências que poderiam ser generalizadas, como a ligação direta dos setores de saúde e educação com formas produtivas, para que a distribuição e comercialização de suprimentos fosse mais segura e estável, e permitisse que os preços fossem acordados. «E no consumo socialtambém é necessário rever as taxas de margem comercial das empresas estatais», apontou.

«Além destas diretrizes, que não constituem uma fórmula única, deve ser acrescentado o trabalho realizado pelo Conselho Consultivo Técnico do ministério na elaboração da metodologia da folha de preços, que será o fio condutor das Diretorias de Finanças, das áreas econômicas das unidades orçadas e das empresas para conduzir a formação de preços», explicou.

Finalmente, Meisi Bolaños enfatizou a necessidade de aumentar o rigor das medidas contra aqueles que aplicam preços abusivos e especulativos, como o fechamento de estabelecimentos, confisco e o controle da cobrança de multas elevadas; tudo isso para tornar o confronto eficaz e sustentável, como a população exige e merece.

OLHAR PRIMEIRO PARA OS MUNICÍPIOS EM BUSCA DE SOLUÇÕES

Consciente do estrondoso sucesso das eleições e do impacto positivo do intercâmbio direto com o povo no coração de muitas comunidades, expectativas e urgências dentro, o primeiro-ministro reiterou que a experiência reafirma a necessidade de fortalecer o trabalho no município.

«Em muitos casos, metade dos problemas foram resolvidos durante o período em que as visitas ocorreram, o que mostra que a capacidade de resolvê-los estava lá, nos próprios territórios», afirmou.

Não surpreendentemente, a agenda da reunião, que contou com a presença de vice-primidos ministros e chefes de várias pastas, incluiu a especificação de medidas organizacionais para as visitas governamentais, que serão realizadas sob o princípio de remover obstáculos, promover planos e tarefas e ensinar fazendo, em contato permanente com o povo.

O progresso da reestruturação das administrações locais também foi discutido com os governadores, com base na máxima de não crescer, mas reajustar, e especificar claramente as funções e atribuições de cada cargo.

Também foi abordada a complexa situação do combustível, um cenário que, nas palavras do chefe do Governo, «nos obriga a ser mais exigentes e rigorosos na organização e controle, estabelecer prioridades dentro das prioridades e definir estratégias em tempo hábil».

Falando nas conclusões, Marrero Cruz voltou à produção de alimentos, uma questão prioritária que exige, entre outras ações, a atualização dos indicadores da agricultura urbana, suburbana e familiar, e o desenvolvimento de iniciativas concretas que motivem as pessoas a plantar e cultivar em seus quintais.

Quanto ao programa de medicina natural e tradicional, que está se tornando mais importante diante das severas limitações dos medicamentos, orientou a criação de hortas comunais apenas para este fim, e a reabilitação dos laboratórios.

Com relação aos diretivos, em particular a figura do prefeito, que é vital para o fortalecimento da gestão dos municípios, o primeiro-ministro insistiu em aumentar a dignidade de seu trabalho para que a população os reconheça e apoie.

Em sua opinião, «temos que estabelecer como sistema de trabalho o de um governo de rua, junto com o povo, transmitindo confiança e segurança de que sairemos vitoriosos deste contexto adverso».