
Histórias de vida muito comoventes, que falam de paixão e dedicação, de quanto mais pode ser feito - e está sendo feito - em Cuba por meio do trabalho social, foram compartilhadas na tarde de quarta-feira, 10 de maio, em um diálogo entre o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e pouco mais de 700 assistentes sociais de todo o país.
«Vocês têm uma missão fundamental na sociedade que ninguém mais pode cumprir», disse o chefe de Estado durante os primeiros minutos do intercâmbio, que durou quase três horas e do qual participaram, por videoconferência, todas as províncias e o município especial de Isla de la Juventud.
Cada uma das intervenções que se seguiram foi o melhor apoio para essa frase. Uma após a outra, foram relatadas experiências pessoais e coletivas, todas unidas pelo sentimento comum, tal como disse Mariela Álvarez, de Sancti Spíritus, de que «o trabalho social não é um local de trabalho onde vamos para receber um salário, o trabalho social é uma profissão de dedicação e amor sem limites».
Muitos dos presentes viveram essas experiências de ambos os lados: uma vez foram acompanhados por um assistente social para superar seus problemas, e agora são eles que acompanham outras pessoas em seu caminho.
Nairobi Oviedo, de Havana, é um exemplo disso. Assistente social há 22 anos, delegada (vereadora) de base em seu distrito eleitoral e deputada da Assembleia Nacional do Poder Popular, fez parte de um longo processo de transformação social durante sua juventude, que mudou sua vida e hoje se orgulha de ter sido ajudada por assistentes sociais quando precisou.
«Desejar mudaré o primeiro passo para alcançá-la. Se as pessoas não quiserem mudar suas vidas, não poderemos fazer isso».
Como Letsy Montano, também da capital, disse, e vários de seus colegas concordaram com ela: «Nenhuma transformação é possível se não começar com o desejo da pessoa que quer transformar sua vida».
«Quando conseguirmos isso,nosso papel de acompanhar, de estar ao lado daqueles que precisam de nós, de realmente trabalhar, se tornará mais importante», disse.
OITO MESES E SEUS RESULTADOS
A primeira dessas reuniões foi realizada em 14 de setembro do ano passado. Quase oito meses depois, a reunião desta quarta-feira, 10, também foi o palco para o acompanhamento do que foi feito durante esse período, a fim de responder a várias das preocupações levantadas na época.
De acordo com informações fornecidas pela ministra do Trabalho e Previdência Social, Marta Elena Feitó Cabrera, oito acordos foram adotados naquela ocasião, levando em conta os principais elementos discutidos.
Entre outros aspectos, comentou sobre a realização do PrimeiroWorkshop Nacional de Trabalho Social; a proposta de melhorar as estruturas até o nível distrital e aumentar o número de funcionários; bem como a profissionalização do trabalho social, como parte da qual foi aprovado o início do bacharelado, cujo plano de estudo está sendo trabalhado, ao mesmo tempo em que se melhora o do Técnico Superior.
Mileysi Trujillo, assistente social, disse que há muitos desafios em nível local, «mas com as ferramentas que nos foram dadas, estaremos em condições de melhorar esse trabalho».
Daí a necessidade de superar a concepção que ainda existe em muitos lugares, de que o assistente social é «aquele que dá ou tira o talão de cheques. Nosso trabalho vai além disso», disse Claudia Herrera, outra das jovens cuja vida foi transformada por esse trabalho, e que acredita que a ciência também pode ser usada para melhorar o trabalho nas comunidades.
O debate, amplo e cheio de nuances, que também contou com a presença do vice-primeiro ministro e ministro da Economia e Planejamento, Alejandro Gil Fernández, bem como dos membros do secretariado do Comitê Central do Partido, Jorge Luis Broche Lorenzo e Joel Queipo Ruiz, incluiu tópicos como a importância de se fazer mais uso da pesquisa social para entender a causa dos problemas e melhorar a qualidade de vida nas comunidades; e de se fazer mais para incorporar os jovens que não estão mais envolvidos com educação ou trabalho.
FORTALECER ESSE EXÉRCITO COM UMA VOCAÇÃO HUMANISTA
«Fidel não se enganou com vocês. Com vocês», disse o presidente da República nas conclusões da reunião, «foi formado um exército com vocação humanista, que lhes permitiu crescer na vida e, por sua vez, transformar, acompanhar, fazer coisas pelos outros».
Grato «pela sinceridade do diálogo», o líder cubano garantiu aos presentes que «haverá mais reuniões como esta, porque nos propusemos a resgatar as ideias fundadoras do programa elaborado por Fidel para alcançar a verdadeira transformação social que o país precisa».
«O fato de muitos dos atuais vereadores distritais serem assistentes sociaisé um reconhecimento do trabalho que vocês fazem, porque a população aprecia o que o trabalho de vocês significa diariamente e o quanto vocês contribuíram para o desenvolvimento da comunidade», disse o presidente.
«O objetivo de seu trabalhoé a transformação social, e há muitas áreas do país onde isso foi alcançado», refletiu. «Não podemos nos cansar de fazer tudo o que podemos para transformar».
E nesse objetivo constante de transformação, o Presidente da República deixou claras as linhas de trabalho a serem promovidas no futuro: transformação social, redução do desemprego e da desvinculação entre estudo e trabalho, enfrentamento da violência contra a mulher, atenção aos idosos, participação em estratégias de desenvolvimento local e programas socioculturais, bem como prevenção do crime.
«Reuniões como estadão muita satisfação e energia, e nos comprometem ainda mais com tudo o que temos para continuar transformando», confirmou.