Nos últimos dias, em toda a Ilha, foram realizados intercâmbios entre os principais líderes do país e as autoridades de cada província. O objetivo foi revisar a implementação das estratégias elaboradas em cada local, como resultado de reuniões realizadas em janeiro deste ano, todas incentivadas a encontrar maneiras de tornar o ano de 2023 uma etapa melhor.
Na quarta-feira, 17 de maio, foram realizados intercâmbios nas províncias de Guantánamo, Santiago de Cuba e Granma, liderados pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, acompanhado pelo primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, e por Roberto Morales Ojeda, secretário de Organização do Comitê Central do Partido, ambos membros do Bureau Político.
No final do dia, Morales Ojeda conversou com a equipe de imprensa da Presidência sobre as missões que correspondem à organização política diante dos atuais desafios que o país enfrenta.
Como refletiu em mais de uma ocasião, o Partido não deve ficar alheio a nenhum aspecto da realidade nacional e, em sua missão de irradiar seus princípios, não deve ignorar uma premissa essencial: zelar por sua vida interna e aperfeiçoá-la.
«Hoje,foram realizados três intercâmbios nas províncias da região leste do país, o que conclui um nível de avaliação dos compromissos assumidos em janeiro em 12 territórios», disse.
ALÉM DOS COMPROMISSOS ASSUMIDOS
Na opinião do secretário de Organização do Comitê Central, a avaliação foi baseada não apenas nos compromissos assumidos em janeiro passado, mas «também nos acordos que foram elaborados nos comitês provinciais do Partido Comunista em cada território».
«Como sabemos, esse foi um processo que se enriqueceu a partir de cada um dos municípios e com a participação muito ativa de cada uma das organizações de massa, incluindo a participação da União dos Jovens Comunistas (UJC), dos conselhos de administração e das assembleias municipais (governos) do Poder Popular».
«A avaliaçãofoi baseada no que ainda temos que fazer. O que tentamos fazerfoi medir como conseguimos responder às necessidades e expectativas que estabelecemos para fazer de 2023 um ano melhor», refletiu.
Disse que foram registradas «boas experiências, que, infelizmente ainda não são a norma».
Continuou enfatizando que, com base em uma avaliação crítica, autocrítica, com objetividade, reconhecendo o progresso feito e sem renunciar «àquela insatisfação revolucionária que todos os líderes em nível nacional, provincial e municipal deveriam ter, temos participado das reuniões».
Morales Ojeda enfatizou que a avaliação vai além de um período específico ou de um olhar retrospectivo, pois também trata de uma projeção sobre como, com base em um ano melhor, «se poderia avançar com base na projeção do Plano e do Orçamento para 2024, de modo que seja possível pensar em desafios maiores que estejam alinhados com a construção de um socialismo próspero e sustentável».
Falando de insatisfações, mencionou que em mais de uma reunião foram abordados problemas claramente visualizados, que fazem parte das adversidades que devem ser revertidas.
Referiu-se à alimentação, aos preços, ao transporte, à situação da moradia e à qualidade dos serviços, questões que «não dependem de grandes recursos e que estão tendo um impacto negativo na vida cotidiana dos cubanos».
«O que estamos discutindo aqui», disse Morales Ojeda em uma das reuniões, «é também o que corresponde ao Partido».
O PARTIDO EM SUAS MISSÕES
Como ponto de partida para os intercâmbios realizados, e sem perder de vista as tarefas do Partido nas dimensões político-ideológica e econômica, o secretário de Organização do Comitê Central lembrou que cabe à organização política de vanguarda garantir, em primeiro lugar, que o funcionamento e a vitalidade da militância sejam fortalecidos em suas fileiras.
«Essa é a maneirade poder contribuir － como era o objetivo do 8º Congresso do PCC － para uma vida externa que se traduza no bem-estar e na qualidade de vida de nosso povo».
Compartilhou sua opinião de que existem indicadores quantitativos e qualitativos, e resultados derivados das reuniões realizadas nos últimos dias em todo o país, que mostram «que ainda há reservas para poder avançar mais rapidamente nos objetivos que estabelecemos».
O líder do Partido afirmou que é essencial continuar reforçando o trabalho ideológico que gera essa consciência revolucionária de que, com nosso próprio esforço, teremos que superar o bloqueio, o principal obstáculo para o desenvolvimento e o bem-estar de nosso país e de nosso povo.
Nesse sentido, enfatizou, é especialmente importante «que trabalhemos para reforçar os melhores valores que identificam nossa sociedade, como o trabalho árduo, tão necessário hoje em dia para resolver os principais desafios produtivos de Cuba, a honestidade, a sensibilidade, o antiimperialismo, para mencionar apenas alguns dos valores sobre os quais temos de trabalhar a partir do Partido, e em conjunto com a União dos Jovens Comunistas e as organizações de massa».
A IMPORTÂNCIA DA JUVENTUDE
As novas gerações e a importância que elas têm para a sociedade cubana foi outro assunto sobre o qual o secretário de Organização do Comitê Central do Partido Comunista refletiu.
Roberto Morales Ojeda mencionou um pensamento do Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz, que certa vez disse que se a juventude fracassar, tudo fracassará.
«Estamos convencidos», disse o líder do Partido, «de que a juventude não fracassou, não está fracassando e não fracassará, mas também acredito que seu trabalho pode ser muito melhor na medida em que trabalharmos mais de perto com cada célula de base, com cada secretaria municipal de juventude, com todas as suas estruturas, para que não estejam apenas integrando os militantes, mas representando todos os jovens com suas expectativas, suas aspirações e suas preocupações».
O membro do Bureau Político também enfatizou a importância das organizações de massa na batalha atual. Em relação aos Comitês de Defesa da Revolução (CDRs), lembrou que estão imersos no processo orgânico de seu 10o Congresso, enquanto a Federação das Mulheres Cubanas (FMC) convocou seu conclave para o próximo ano, bem como o da União dos Jovens Comunistas.
Acreditamos, disse Morales, «que na mesma medida em que possamos fortalecer o papel das organizações de massa, também poderemos tornar todo esse trabalho muito mais participativo em uma das principais missões do Partido, que é a batalha econômica, na qual não é possível alcançar os resultados no tempo que estamos propondo, se primeiro cada um de nós, cada cubano, cada militante, não desempenhar o papel que lhe corresponde».
CLAREZA, POTENCIAL E ESPERANÇA
O líder do Partido explicou à imprensa que «os companheiros com maior firmeza ideológica, com o mais alto nível de preparação e com a liderança que lhes permite dirigir cada um dos processos são os tomadores de decisões». Continuou afirmando que «os bons exemplos estão intimamente ligados ao fato de termos visto companheiros que estão realmente bem preparados».
Foi demonstrado, disse o membro do Bureau Político, «que há potencial para alcançar o que nos propusemos», e quanto às boas experiências, que, na opinião de Morales Ojeda, não são tão numerosas quanto gostaríamos e precisaríamos, compartilhou sua convicção de que elas poderiam ser significativamente aumentadas, «para que também possamos propor que 2024, no 65º aniversário do triunfo da Revolução, possa ser um ano melhor para os cubanos».
Em um determinado momento da reunião com o pessoal do Granma Internacional, Morales Ojeda enfatizou que, para alcançar os resultados esperados, é preciso estar ciente de que tudo isso «exige muito trabalho, muito esforço, muito sacrifício» e, em uma espécie de contraste, colocar a possibilidade do horizonte à frente de qualquer desafio, lembrou, em sua conversa com os jornalistas, que o presidente Díaz-Canel, em uma das sessões da Assembleia Nacional do Poder Popular, havia mencionado a palavra esperança, e que foi precisamente esse estado de espírito que foi o prelúdio dessas horas de reflexão, nas quais uma Cuba melhor esteve no centro de todas as aspirações.
