
El Salvador, Guantánamo.— Jorge Fernández Omaña quer construir uma «escada produtiva» em suas terras, confessou ao primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.
Foi precisamente em Lajas, uma localidade do município de El Salvador, onde se encontram as terras que Jorge está administrando, que o presidente iniciou sua visita a Guantánamo, durante o segundo dia da quarta visita abrangente do Governo à província, uma visita na qual o presidente esteve acompanhado pelo vice-primeiro ministro, Alejandro Gil, e Rafael Pérez Fernández, primeiro-secretário do Partido no território.
No total, são 180 hectares, todos cultivados, dedicados a várias culturas, principalmente bananas da variedade FIAT-04, «muito resistentes a pragas», diz o produtor de 32 anos. Ao pé do sulco, Díaz-Canel trocou impressões com ele e perguntou sobre a estratégia de produção que está seguindo, e soube que atualmente Fernández Omaña tem 25 hectares de bananas plantadas e pretende acrescentar dez hectares por mês até completar 120 hectares, em meados do próximo ano.
Esse método de plantio escalonado permitirá que tenha o produto disponível durante todo o ano, principalmente para os moradores da capital municipal de El Salvador e da cidade de Guantánamo.
Seu projeto também inclui a promoção experimental de soja, milho e batata, além de três variedades de feijão. Dessa última safra, o produtor colheu feijões suficientes para incorporar por três meses à cesta familiar padrão dos moradores do vilarejo de El Salvador; «só isso já é um polo produtivo», ponderou Díaz-Canel mais tarde, nas conclusões da visita, e pediu que projetos como esse fossem estimulados.
A próxima parada do presidente foi na Escola de Iniciação Esportiva Rafael Freire (EIDE) em Guantánamo, onde trocou saudações com uma representação entusiasmada dos mais de 700 trabalhadores e alunos do centro, o único no país com um centro de medicina esportiva.
Nesse local, Díaz-Canel elogiou a primeira casa de crianças do país no setor esportivo. Um prédio pequeno e bem equipado, com capacidade para 20 crianças, dá forma à iniciativa, que beneficia as mães trabalhadoras da escola e da comunidade vizinha.
«Com isso, sobe para 16 o número de lares de crianças que nasceram em Guantánamo e mais de cem que já existem no país», disse o presidente, pedindo que se continue promovendo essa iniciativa, que permitirá a incorporação de um número maior de mulheres à força de trabalho.
Durante sua turnê, Díaz-Canel chegou ao Instituto Politécnico Agrícola Manuel Tames (IPA), no município de Niceto Pérez, beneficiário de um projeto que lhe permitiu ampliar a base material de estudo, com um laboratório de solos, equipado com tecnologias para a análise físico-química das culturas.
Por meio do mesmo projeto, o centro adquiriu um laboratório de fitossanidade para estudar bactérias, fungos e insetos que atacam as plantações.
O presidente foi testemunha ocular das habilidades adquiridas pelos alunos no uso das tecnologias mencionadas acima e de como as colocaram em prática. Também testemunhou isso nas instalações projetadas para a ferraria.
No caso da clínica veterinária, que atende o centro e os clientes do município, «essa é a conexão que propomos estabelecer entre a escola e a comunidade», disse Díaz-Canel, e também elogiou uma mini-indústria, pronta para entrar em funcionamento no centro. Sugeriu que isso produziria para o sistema educacional do território, com suprimentos de alimentos enlatados e sucos, serviços que, em períodos de férias, poderiam chegar à comunidade do entorno. O presidente também levantou a ideia de estudar que outros sortimentos poderiam ser produzidos aqui na instalação, o que, segundo ele, talvez também pudesse ser útil durante os picos de colheita.
«Essa é a qualidade da educação que Cuba e o povo merecem», disse o primeiro-secretário do Comitê Central do nosso Partido ao coletivo Manuel Tames, «mesmo com o bloqueio, vocês são capazes de manter centros de treinamento dos quais saem jovens educados, comprometidos e que gostam do que fazem».
APRIMORANDO O TRABALHO DO GOVERNO
A mensagem de que os reajustes na estratégia de desenvolvimento local no território são urgentemente necessários foi reiterada de alguma forma na maioria das intervenções na sessão de encerramento da visita, incluindo as dos vice-primeiros-ministros, Comandante da Revolução Ramiro Valdés Menéndez, Alejandro Gil Fernández, Jorge Luis Perdomo e Inés María Chapman.
«A estratégia de desenvolvimento local deve se assemelhar às necessidades e aos problemas do município», enfatizou o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz, pedindo o fortalecimento do sistema produtivo e da empresa estatal socialista.
Díaz-Canel, por sua vez, enfatizou que «o principal esforço deve ser aperfeiçoar o trabalho do Governo», mencionou a produção de alimentos como uma prioridade e disse que, nesses tempos complexos, a superação da crise depende de fazer as coisas bem feitas e motivar as pessoas a ter esperança, compromisso e participação.
«Minha maior garantiaé saber que temos um povo capaz de feitos épicos e grandiosos, como sobreviver a mais de 60 anos de bloqueio (...) por esse povo devemos dar tudo», concluiu.
O POTENCIAL DE CAIMANERA
Em Caimanera, o membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, abriu sua agenda. Lá, afirmou que estão sendo feitos grandes esforços para avançar com a certeza de que alcançaremos a vitória.
Durante sua visita ao município, chegou a Cayamo, uma comunidade de mais de 600 habitantes, que foi atingida pela seca, pela deterioração do parque habitacional, com 40% das casas em condições razoáveis ou ruins, pela distância dos serviços básicos e pelo fornecimento de produtos agrícolas, entre outros. Conversaram com o chefe do Governo sobre essas situações.
Reiterou-lhes a urgência de unir forças para superar as dificuldades que se acumularam. «Isso não acontecerá da noite para o dia, mas tenho certeza de que vocês já viram, foram feitos acordos com outros países que proporcionarão novas oportunidades», disse Marrero Cruz.
De acordo com o relatório de Yuniel Labacena sobre famílias em situação de vulnerabilidade, destacou que «é necessário buscar ajuda e soluções diferentes, as políticas do governo são aprovadas para isso; há financiamento que, às vezes, não é executado e é para ajudar as pessoas que mais precisam».
Também se referiu à necessidade de gerar empregos, especialmente para os jovens, e ofertas recreativas. Ao mesmo tempo, indicou a necessidade de procurar terras próximas para a produção de alimentos.
Referindo-se à seca, enfatizou que é preciso encontrar alternativas e exercer controle para evitar desvios e indisciplina, especialmente quando a água é fornecida por canos às residências.
Em Cayamo, Marrero Cruz visitou o Tejar No. 2, que tem uma capacidade de produção de cerca de 24.000 tijolos por mês, principalmente para construção por meio de subsídios e atenção à dinâmica demográfica, e tem servido como fonte de emprego para a comunidade.
A partir de matéria-prima endógena, os 24 fornos de tijolos existentes em Caimanera podem fornecer até 120.000 tijolos em um período de tempo semelhante, razão pela qual Marrero Cruz insistiu na necessidade de aproveitar esse potencial para atender às demandas do setor habitacional.
O chefe doGoverno foi até a empresa de sal Frank País para perguntar sobre a instabilidade na comercialização de sal no país, uma das preocupações da população. Soube que isso se deve a problemas com o transporte, embora a produção esteja garantida.
Darlyn Elisástegui Columbié, diretora comercial dessa entidade, explicou que, como alternativa a essa situação, tentaram garantir que o transporte motorizado que chega à província para trazer mercadorias retorne com sal para a cesta familiar regulamentada e para o consumo social. Também estão carregando jangadas e barcos, «porque tudo o que chega ao porto deve retornar com sal», disse.
Marrero Cruz também avaliou, com a administração provincial, o progresso da implementação das diretrizes gerais para a prevenção e o enfrentamento do crime, ilegalidades e indisciplina social. A esse respeito, afirmou que deve haver coerência nas ações para responder às demandas da população.







