ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Foto: Extraída do Twitter da Presidência Cubana. 

Os países em desenvolvimento continuam esforçando-se para avançar em suas prioridades nacionais de desenvolvimento.

Nesse esforço, a ciência, a tecnologia e a inovação são ferramentas essenciais para acelerar o ritmo da diversificação e da transformação econômica, aumentar a produtividade e a competitividade e facilitar a integração total dos países em desenvolvimento na economia global.

O progresso científico e tecnológico é fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável. Entretanto, o acesso a ele é negado a uma grande parte da humanidade, que está sujeita a uma luta perene pela sobrevivência. Mudar esse cenário requer a construção de um mundo mais justo, verdadeiramente democrático e inclusivo, que favoreça a solidariedade e a cooperação internacional, o que, por sua vez, permite a mobilização dos recursos necessários para apoiar os esforços dos países para alcançar seu desenvolvimento, que foi restringido por séculos de exploração, colonialismo e pilhagem.

Nesse contexto, a unidade e o ativismo do G77 e da China em debates e fóruns internacionais são essenciais para promover as aspirações legítimas de nossos povos. Ao mesmo tempo, os intercâmbios dentro do Grupo são importantes para identificar pontos de convergência e explorar mecanismos e iniciativas que contribuam para a complementaridade entre os países do Sul nas principais questões de nosso interesse.

O papel da ciência, tecnologia e inovação no desenvolvimento vem ganhando relevância para o Grupo dos 77 e para a China. As prioridades do Grupo nessa área foram integradas aos documentos finais da Primeira e Segunda Cúpulas do Sul. Da mesma forma, a questão foi destacada nas declarações finais das reuniões dos ministros das Relações Exteriores do Grupo, bem como nos resultados das discussões do Grupo sobre esse assunto.

Em vista da crescente marginalização tecnológica do Sul, a ciência, a tecnologia e a inovação são uma prioridade a ser defendida pelos países do Grupo, devido ao seu grande impacto no desenvolvimento e no enfrentamento efetivo dos desafios atuais.

Com esse espírito, Cuba, na qualidade de presidente do Grupo dos 77 e da China, decidiu convocar uma Cúpula de chefes de Estado e de Governo sob o tema Desafios atuais do desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação. O evento será realizado hoje e amanhã em Havana.

OBJETIVOS DA CÚPULA

- Promover o debate e a análise dos principais desafios que o Sul enfrenta para avançar rumo ao desenvolvimento sustentável, em particular o papel da ciência, da tecnologia e da inovação no apoio à segurança alimentar, à saúde, aos novos processos produtivos, ao bem-estar humano e a um meio ambiente saudável, à gestão dos governos e do setor privado, bem como à contribuição da educação e da ética em ciência e tecnologia, aos modelos de ciência aberta, ao papel das ciências sociais e humanísticas para o desenvolvimento de nossas sociedades, entre outros temas relevantes.

- Dar continuidade e desenvolver o que foi acordado pelos chefes de Estado e de Governo na Primeira e Segunda Cúpulas do Sul, realizadas em Havana (2000) e Doha (2005), respectivamente.

- Estabelecer as bases para as posições e os interesses que o Grupo defenderá no contexto dos múltiplos processos de negociação multilateral em andamento, de grande relevância para o G77 e a China, como o Pacto Digital Global, o processo de Revisão Geral da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (WSIS+20), a Cúpula dos ODMs, a Cúpula do Futuro e outros, para os quais será necessária uma ação concertada.

- Dar um impulso renovado às principais questões de desenvolvimento das nações do Sul, com base na contribuição da ciência, tecnologia e inovação, bem como definir ações práticas para abordar as disparidades existentes entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, e defender o cumprimento dos compromissos internacionais em termos de Assistência Oficial ao Desenvolvimento, transferência de tecnologia e financiamento necessários para o desenvolvimento dos países do Sul.