«A economia nacional não atingirá o crescimento previsto para este ano, ao ter em conta os impactos sofridos pelas limitações na disposição de divisas e os combustíveis».
Assim afirmou Alejandro Gil Fernández, vice-primeiro-ministro e titular de Economia e Planejamento, ao apresentar, em 18 de dezembro, aos deputados da Comissão dos Assuntos Econômicos da Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP), um resumo do fechamento da economia no ano de 2023, indicando que, devido ao comportamento mostrado nos últimos trimestres, pode existir, inclusive, uma contração de entre 1% a 2%.
Explicou que neste comportamento influíram o recrudescimento do bloqueio econômico, a crise multidimensional em nível global, a insuficiente geração de ingressos em divisas e os desequilíbrios macroeconômicos.
No exame, do qual participaram Miguel Díaz-Canel Bermúdez, primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República; os membros do Bureau Político Esteban Lazo Hernández, presidente da ANPP, e Ulises Guilarte de Nacimiento, secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba; bem como Joel Queipo Ruiz, membro do secretariado do Comité Central e chefe do seu Departamento Econômico Produtivo, foi examinado o comportamento das exportações e o turismo.
Gil Fernández comentou que as produções nacionais, tanto para o consumo interno como para a exportação, foram afetadas pela falta de insumos e de combustível, o que impactou nas empresas estatais, decisivas para o crescimento e o desenvolvimento da nação.
Acrescentou que a produção de alimentos não atinge os patamares planejados e também foi afetada a atividade social, pela falta de divisas e a migração dos trabalhadores.
Disse que o país faz esforços para priorizar, com os recursos financeiros disponíveis a entrega dos produtos da cesta familiar subsidiada, a geração de eletricidade, combustível e outros recursos vitais.
«A partir do esforço próprio que temos que fazer, olhando para dentro e desenvolvendo-nos como fruto de nosso trabalho, se preveem, para o ano 2024, crescimentos em determinadas atividades que são decisivas, e do PIB, aos preços constantes, no entorno de 2%», precisou o vice-primeiro-ministro.
AVANÇAR, APESAR DAS DIFICULDADES
«A principal problemática que afeta o país é o bloqueio econômico recrudescido», disse o presidente cubano, ao falar na Comissão. E precisou que a esta política hostil, se acrescenta a inserção da Ilha na lista de países patrocinadores do terrorismo, que limita o acesso a divisas.
Mencionou que «outro grupo de problemas está associado a erros cometidos, que provocaram distorções e se estuda como retificá-los».
«Cometemos erros no design e implementação da Ordenação», reafirmou Díaz-Canel, e acrescentou que, nesse momento, mudou o contexto para o qual tinha sido desenhada.
Indicou que se estão fazendo estudos para, entre outras coisas, ver como incrementar os salários em alguns setores.
Contudo, indicou, «se esses aumentos salariais forem aplicados sem ter ofertas de bens e serviços, aumentam os preços».
«Temos a decisão, vamos fazê-lo, mas com uma análise», disse.
O chefe de Estado referiu-se a algumas questões relacionadas com a “bancarização”, um processo que nasceu diante da crise de dinheiro efetivo, e perante a qual serão implementadas determinadas ações, de forma a corrigir processos que permitam operar em um âmbito mais moderno.
Comentou que, ao coincidir a crise econômica mundial, os efeitos da pandemia, o recrudescimento do bloqueio e os erros cometidos, na sociedade vêm se manifestando tendências não favoráveis em todos os âmbitos, e «fazemos mm apelo a discuti-las».