SAN LUIS, Pinar del Río.— O fumo – esse tesouro que tem tanto prestígio no mundo – distingue San Luis, o município pelo qual o presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, chegou, em 23 de janeiro, à província mais ocidental do arquipélago.
Foi a nona das visitas que o chefe de Estado vem fazendo a um município de cada província, nestes primeiros dias do ano, acompanhado pelo membro do Bureau Político e secretário de Organização do Comitê Central do Partido, Roberto Morales Ojeda, e autoridades locais.
O objetivo é refletir sobre a implementação das prioridades delineadas pela liderança do país para superar os principais desafios e buscar maneiras pelas quais as experiências bem-sucedidas, que provam que é possível superar os problemas, possam ser expandidas para outros espaços e coletivos.
O primeiro ponto da turnê em San Luis foi a quarta unidade de negócios da base, conhecida como o centro de seleção V-13-26. Lá, o presidente perguntou sobre as condições de trabalho das mais de 100 mulheres que, a partir de maio, trabalharão em benefício da folha de fumo.
Díaz-Canel foi informado sobre como a instalação – restaurada pela microempresa de construção Govea após um incêndio que a destruiu – tem um depósito para armazenar e processar até 350 toneladas do precioso produto agrícola.
A próxima parada foi o lar de crianças Celia Sánchez Manduley, inaugurado em 11 de janeiro deste ano. O centro, o primeiro do gênero em San Luis, tem capacidade para 50 crianças e hoje abriga cerca de 20. O benefício será destinado às mães da empresa de recolha e processamento do fumo e também àquelas que fazem parte de programas prioritários e moram na região.
O dignitário se interessou pela qualidade da comida e pelas condições em geral e, para saber mais detalhes, conversou com as autoridades do território e com os educadores, além de observar e fazer perguntas às crianças.
Em seguida, o itinerário da turnê foi para as áreas de cultivo de fumo da cooperativa de crédito e serviços (CCS) Giraldo Valdés, onde Díaz-Canel conversou com os colhedores.
Perguntou sobre o progresso da campanha atual e sobre o impacto das jornadas de trabalho sobre os trabalhadores e suas famílias.
Também conversou com trabalhadores imersos na tarefa de amarrar as folhas que depois são colocadas em varas.
Antes de se despedir do grupo da CCS, o chefe de Estado destacou a importância de «continuar promovendo mais áreas, mais rendimento, mais qualidade, para poder exportar mais fumo, que é uma das principais fontes de renda do país, um dos itens exportáveis que também nos distinguem».
A qualidade do charuto cubano é reconhecida mundialmente, mas ainda há nichos de mercado que não alcançamos», disse.
O conselho popular urbano José Martí – onde foram construídas casas para famílias afetadas por eventos meteorológicos e onde a urbanização deve continuar avançando – foi o espaço visitado, momentos antes de, na sede municipal do Partido Comunista, o primeiro-secretário do Comitê Central liderar uma reflexão coletiva sobre como as prioridades delineadas pela liderança do país em 2023 e as projetadas para este ano foram cumpridas no território.
REFLEXÕES EM SAN LUIS
Há uma ânsia que marca o trabalho político-ideológico destes tempos e, na reunião com os líderes do município, o membro do Bureau Político, Roberto Morales Ojeda, falou sobre isso: Como generalizar as melhores experiências, como fazer com que as exceções se tornem, por seu sucesso, uma tendência para as profundezas da sociedade?
O secretário de Organização do Comitê Central do Partido Comunista enfatizou que, quando se trata do trabalho do Partido, «não podemos mais continuar falando sobre implementação: devemos concentrar nossas forças e trabalhar no cumprimento de tudo o que foi acordado nos mais importantes conclaves recentes da organização política de vanguarda», afirmou.
Morales Ojeda referiu-se à importância das estratégias político-ideológicas e econômico-sociais que o Partido Comunista definiu e, na mesma linha de pensamento, aludiu a uma premissa fundamental, como a política correta de promoção líderes, que, segundo ele, vai além da discussão sobre o preenchimento de cargos.
Também falou sobre o valor do fortalecimento da vida interna do Partido e advertiu que, se não houver um progresso sustentado nessa direção, não será possível alcançar nem a militância nem a participação exemplar de toda a militância.
«O crescimento não tem uma meta numérica», disse Morales Ojeda. E aludiu ao objetivo de agregar o maior número possível, sem negligenciar a qualidade. Para seus interlocutores, disse: «Se vocês têm jovens valiosos, o que pode faltar para que eles se juntem às fileiras da militância?» E argumentou que o que importa é interagir e trabalhar com os futuros militantes.
O líder enfatizou que isso não poderia ser feito se não houvesse consciência revolucionária, se não houvesse crença nas ideias que deveriam ser defendidas.
O secretário de Organização do Comitê Central refletiu sobre esses temas: preparar os diretivos para que tenham a arte de interagir eficazmente com todos, militantes e não militantes; fortalecer e defender os valores que distinguem a sociedade cubana; saber que o trabalho político-ideológico começa com fazer bem as coisas; não esquecer que a continuidade da Revolução está na juventude.
Por sua vez, o presidente Díaz-Canel referiu-se às quatro prioridades que motivam as atuais reuniões que a liderança do país está promovendo: continuar fortalecendo a unidade; aperfeiçoar o trabalho ideológico; garantir politicamente a implementação das medidas econômicas recentemente aprovadas pela Assembleia Nacional do Poder Popular; e discutir sistematicamente para resolver e mitigar o efeito das tendências negativas que proliferaram na sociedade cubana.
Sobre o tema da unidade, o presidente mencionou os conceitos expressos pelo general-de-exército Raúl Castro Ruz em seu discurso no 65º aniversário da Revolução Cubana. Lembrou a definição do combatente excepcional, de que a unidade é uma arma estratégica; e, nesse sentido, comentou que a primeira coisa que os cubanos devem se perguntar é como vamos alcançá-la e defendê-la.
«Essa premissa está intimamente ligada à questão da participação: se todos contribuirmos juntos, isso, sem dúvida, consolidará a unidade».
O chefe de Estado destacou o valor de se avançar em um tipo de pensamento segundo o qual, em tudo o que propomos, há espaço para a população participar, propor e, além disso, controlar, a fim de evitar desvios e distorções posteriores.
«Estou convencido de que podemos, de fato, sair da situação em que nos encontramos, mas só o faremos trabalhando».
Díaz-Canel enfatizou que devemos gerar a riqueza de que o país precisa, apesar da intensificação do bloqueio. É, segundo ele, um chamado feito de convicções, «porque toda vez que visitamos territórios vemos experiências que mostram que isso é possível, vemos coletivos que estão trabalhando para superar o bloqueio».
Sobre as medidas econômicas recentemente aprovadas pela Assembleia Nacional do Poder Popular, o presidente disse que «elas são necessárias e não podem ser adiadas; que muitas delas exigem economia e redistribuição de renda, e que buscam o crescimento econômico com desenvolvimento social». E afirmou que essas medidas não são contra o povo, muito pelo contrário.
O dignitário denunciou que, desde que foram anunciadas, o que o inimigo tem feito é intoxicar as redes virtuais; eles têm se dedicado a semear a matriz comunicacional de que tais decisões significam desamparo, desconfiança e desagrado. Eles disseram, disse Díaz-Canel, «que esse é um pacote neoliberal».
Enfatizou que «nossas medidas não são um pacote neoliberal, porque essa política, se for neoliberal, é aplicada de uma só vez e é cada um por si. O efeito que essas medidas terão dependerá muito da maneira como os cubanos forem capazes de implementá-las», enfatizou.
Terminada a reunião, e em frente à sede municipal do Partido Comunista no município de San Luis, em Pinar del Río, as pessoas aguardavam o presidente.
Como aconteceu em outros distritos, o presidente explicou a seus interlocutores a essência das medidas anunciadas recentemente, rejeitou as campanhas de desinformação do inimigo e foi explícito em sua convicção de que Cuba será capaz de superar suas adversidades.
