ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Photo: Cubadebate

Articular os núcleos de resistência em um front cultural e comunicacional comum, contra-hegemônico, para vencer a batalha pelos sentidos, é essencial para as forças progressistas do mundo, porque a vida dos povos está em jogo.

Isso foi reiterado no primeiro dia do 2º Encontro Internacional de Publicações Teóricas de Partidos e Movimentos de Esquerda, que começou em 12 de fevereiro em Havana, reunindo 92 delegados de 35 países, 47 delegações e 37 veículos de imprensa e publicações, convocados pela Revista Cuba Socialista, órgão teórico e político do Partido Comunista de Cuba.

Rogelio Polanco Fuentes, membro do secretariado do Comitê Central e chefe de seu Departamento Ideológico, disse que «a batalha de ideias é mais urgente do que nunca», diante da onipresença esmagadora do capital.

Polanco insistiu – diante de uma plateia que incluía, entre outros líderes e personalidades, Bruno Rodríguez Parrilla, membro do Bureau Político e ministro das Relações Exteriores, e Emilio Lozada García, chefe do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central – «na defesa de qualquer projeto nacional que quebre um elo na cadeia do capital».

No dia, e como parte de um painel sobre a unidade da esquerda, a drª Isabel Monal, ganhadora do prêmio nacional das Ciências Sociais e Humanísticas, comentou que devemos, como meta fundamental, almejar um mundo sem opressão e sem oprimidos; e que somente com uma «unidade gigantesca» as necessidades urgentes do presente podem ser atendidas.

Monal ressaltou que a teoria é uma força revolucionária, especialmente quando sabe como se enriquecer e entende que é necessário agir. «Se não enxergarmos a luta de classes, estaremos enganados. As classes opressoras agora são piores do que antes», disse, um aspecto sobre o qual o intelectual Jorge Hernandez opinou que hoje se perde de vista o caráter de classe de muitos conflitos.

Foi enfatizado que o marxismo-leninismo está vivo em todas as circunstâncias e que não é viável tratar a teoria revolucionária como um dogma; essa bagagem não deve ser abandonada, mas deve ser assumida pelo povo, especialmente pelos jovens.

Os pensamentos de Fidel Castro foram citados em várias ocasiões durante a reflexão coletiva, e ficou claro que o genocídio não inclui apenas as bombas, mas também o bloqueio e as guerras culturais que tentam restringir o pensamento.

A denúncia da – nas palavras de Polanco Fuentes – «arrogância surda do sionismo, cuja impunidade não seria possível sem o apoio imperialista» foi contundente. O jovem médico palestino, Watam Jamil Alabed, enfatizou que hoje a luta de seu povo é do bem contra o mal, e não pode haver indiferença diante disso.