ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Díaz-Canel considerou de grande importância educar tanto os gerentes quanto a população sobre comunicação. Photo: Estudios Revolución

«Vamos fazer a comunicação que este tempo precisa», foi o que se ouviu nas palavras finais do relatório de balanço do Instituto de Informação e Comunicação Social (ICS), realizado em 18 de março, à tarde, no Palácio da Revolução, na presença de Miguel Díaz-Canel Bermúdez, primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República; dos membros do Bureau Político Manuel Marrero Cruz, primeiro-ministro, e Roberto Morales Ojeda, Secretário de Organização do Comitê Central; e de outros líderes.

Essa foi a essência das observações finais do presidente Díaz-Canel ao grupo de diretivos e trabalhadores que compõem a força humana do jovem instituto que, em 2023, enfrentou um duplo desafio: a entrada em operação da nova agência da Administração Central do Estado, bem como a manutenção da vitalidade do rádio e da televisão a partir de seu mandato de serviço público.

O presidente cubano abordou questões centrais relacionadas à comunicação social em todos os sentidos da palavra diante de um público que acompanhou cada comentário e, em mais de uma ocasião, aplaudiu suas palavras. Ao terminar de ouvir os avanços do ICS – que incluem, entre os aspectos mais significativos do período, a aprovação da Lei de Comunicação Social e a elaboração de suas disposições regulamentares, bem como a manutenção da atividade de uma centena de emissoras de rádio e 42 canais – Díaz-Canel comentou que, no país, estamos enfrentando um momento diferente na Comunicação Social, porque existem estruturas, equipes de trabalho, estratégias de comunicação e, embora algumas sejam mais coerentes do que outras, os projetos têm pelo menos uma abordagem da perspectiva da comunicação.

Com base nas intervenções dos próprios participantes, o chefe de Estado referiu a necessidade de se falar também de comunicação política e considerou, tal como foi defendido no debate, que era de grande importância educar os gestores e a população na área da comunicação. «Acho que é uma questão transversal. E nós temos que educar todo mundo, porque todo mundo está participando da comunicação. As redes sociais hoje fazem com que todos sejam usuários, mas também comunicadores. Levando em conta também que temos de distinguir entre elas, as redes sociais são uma plataforma de colonização cultural em que temos de estar com nosso conteúdo, mas não para que elas nos colonizem, mas para neutralizar essa colonização», explicou. «É vital cumprir a Lei de Comunicação e funcionar como ICS, e não como o Instituto Cubano de Rádio e Televisão – a instituição que precedeu o atual instituto», disse.

Referindo-se a um discurso da cineasta Magda González Grau, o presidente elogiou o poder evocativo e mobilizador das histórias bem contadas e defendidas com qualidade, e fez alusão ao personagem do viciado na novela Viceversa. «O papel que o jovem está desempenhando é uma das melhores mensagens, nestes tempos, sobre os danos dos vícios», reconheceu, e com relação à dramatização, destacou que ela não esconde nossa realidade, transmite valores e destaca figuras de nossa sociedade que em outros momentos não estiveram nesses espaços.

Mais uma vez, o presidente Díaz-Canel pediu para fecharmos a porta ao desleixo, a banalidade e a vulgaridade em nossa mídia e que defendamos o que é cubano em nossas produções, sem negar o que é universal. Enfatizou a importância de melhorar a qualidade da produção audiovisual, «que hoje é o código de comunicação com o qual mais podemos alcançar as pessoas».

Com relação à comunicação comunitária, um assunto que foi abordado em vários discursos, o presidente propôs um aprofundamento. «Devemos ter uma visão diferente em termos de comunicação comunitária, que não é apenas a comunicação comunitária da mídia, mas a comunicação comunitária como um processo social», argumentou.

OS ESTADOS UNIDOS E SUAS OBSESSÕES COM UMA CUBA QUE NÃO TERÃO

Em seu discurso, o primeiro-secretário do Partido também denunciou a propaganda e o incitamento dos inimigos da Revolução em sua ânsia de gerar uma explosão social e a desestabilização do país, exacerbada pelas exigências de um grupo de cidadãos em Santiago de Cuba e Bayamo no último domingo, 17 de março.

«Para descrever o que estamos sendo submetidos hoje como nação, eu diria que há dois elementos que estão sendo combinados pela lógica do governo dos EUA: por um lado, asfixia econômica e, por outro, intoxicação da mídia. A asfixia econômica, com o endurecimento do bloqueio e a inclusão de Cuba na lista de países que supostamente apoiam o terrorismo, da qual ainda não fomos capazes, por mais que tenhamos explicado, de explicar à população cubana o que significa estar incluído nessa lista, que é a mais restritiva de todas. E com toda essa combinação, então, provocar uma explosão social», disse. E entendeu o que aconteceu neste domingo, 17, como um exemplo do que é a intoxicação da mídia.

Díaz-Canel declarou que, imediatamente, apareceu um grupo muito grande de incitadores, de políticos que foram obrigados a desempenhar um papel importante, porque denunciaram fatos que não haviam ocorrido. A embaixada dos EUA ofereceu uma mensagem interferente, hipócrita e arrogante, e terroristas conhecidos começaram a dar fórmulas de como agir agressivamente em Cuba. Criaram notícias falsas, imagens com inteligência artificial, mentiras, vídeos falsos, construções, transmissão de supostas transmissões diretas dos lugares onde supostamente estavam ocorrendo os fatos, que mantinham a linha de que as coisas estavam acontecendo, quando nesses lugares havia total normalidade.

«Dado o que realmente aconteceu», explicou o presidente, «os líderes conversaram com as pessoas, as coisas foram esclarecidas e elas voltaram para seus lugares, alguns ficaram mais tempo. O que houve foi um diálogo com aqueles que estavam lá, e isso é legítimo. Também entendemos que, com a dureza dos tempos atuais, as pessoas devem estar insatisfeitas, mas também devem saber o que está sendo feito, porque ninguém aqui está de braços cruzados, aqui todos os dias a maior parte do tempo é dedicada a ver como podemos encontrar soluções», disse. Díaz-Canel mencionou que temos problemas de eficiência econômica, de produção nacional, mas que estamos muito longe de que isso seja a causa fundamental do que está acontecendo conosco.

«Os inimigos estavam desesperados para que houvesse uma explosão social em Cuba ontem, e não conseguiram. Não conseguiram porque trabalhamos com unidade, trabalhamos como fazemos política, levando em conta a história, levando em conta a lei, que é justa, e levando em conta a verdade, e explicando a verdade ao povo, e confrontando com a verdade as dúvidas que a população possa ter», disse o presidente cubano.

Díaz-Canel viu o que aconteceu como «outro momento de preparação e aprendizado para articular ainda mais as forças revolucionárias e continuar enfrentando todo esse cenário de asfixia econômica e intoxicação da mídia». Nessa ocasião, vieram à tona «as intenções, a perversidade, o desprezo do governo dos Estados Unidos pelo povo de Cuba, e o desprezo pela Revolução Cubana, e o desprezo por nós que queremos ser livres, soberanos, independentes e ter nossa autodeterminação», disse.

O presidente ratificou o que havia expressado em resposta ao evento em sua conta X, na qual certificou a disposição do governo cubano, do Partido, de nossas instituições, de dialogar com nosso povo, de explicar, de convocar, de unir, de trabalhar, de continuar buscando, com nossos próprios esforços e com nosso próprio talento, soluções para a difícil situação que estamos vivendo.

Em um breve discurso, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz se referiu ao cenário de economia de guerra que estamos vivendo como nação, destacando a importância do trabalho dos comunicadores no contexto atual. «A liderança do país também conta com essa equipe de comunicadores para seguir em frente», disse a um público que, a julgar pelo olhar crítico de suas avaliações, pela força de suas projeções e por seu compromisso sustentado, travará a batalha por Cuba, como deve ser.