ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Na CTE Ernesto Guevara de la Serna de três unidades geradoras, há duas em manutenção. Photo: Estudios Revolución

Cuba merece – porque tem potencialidades e pode fazê-lo – recuperar o esplendor em muitos de seus universos. Pode aspirar a isso, inclusive, nestes tempos difíceis. Esse foi um pensamento compartilhado na tarde da terça-feira, 28 de maio, pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, após visitar, no município de Jagüey Grande, na província de Matanzas, terras que pertencem à Empresa Agro-industrial Victoria de Girón.
 Sobre o terreno vermelho e acerca do qual o chefe de Estado pôs ênfase em sua qualidade, se falou de outros tempos, quando as laranjeiras reinavam na paisagem e o processo era beneficiado com magníficos sistemas de rega.
 «Vai se recuperar o cítrico?» Em mais de um momento o presidente lançou a pergunta. Respostas, explicações lógicas sobre uma doença que se assanhou nessas culturas e que ainda não desaparece, foram escutadas debaixo de um sol intenso.
 Por viveiros, por enxertos, pelo tempo exato que vai demorar em renascer a cultura da laranja, que uma vez marcou a vida de Jagüey perguntou o presidente, em uma visita que faz parte da exploração que, ao longo da Ilha, empreende a liderança do país, município a município, a partir do início do ano 2024.
 Acompanhado do membro do Bureau Político e secretário de Organização do Comitê Central, Roberto Morales Ojeda, o presidente cubano insistiu na necessidade de diversificar as culturas e em todas as oportunidades que vão se abrir passo – em questão de soberania alimentar para o município – quando as terras vermelhas estejam plantadas.
 Díaz-Canel comentou aos trabalhadores que os bioprodutos estão dando muito bons resultados em outros locais do país; e falou sobre a importância que tem para a agricultura se vincular com o mundo universitário, sempre em prol de aproveitar otimamente a terra. Referiu-se, então, por exemplo, à semente cubana da batata; e propôs plantá-la em algumas partes das terras da Empresa Agro-industrial.
 Em um diálogo com aqueles que trabalham a terra – no qual o chefe de Estado também se interessou por detalhes da rotina cotidiana daqueles que acordam bem cedo para empreender um trabalho realmente duro – Díaz-Canel pôs ênfase em que, se nestes tempos difíceis vão se encontrando as saídas, mais na frente se poderão fazer muitas outras coisas boas, quando a situação tenha melhorado.
 A unidade empresarial de base (UEB) Mercadotecnia e Venta Victoria de Girón – que também pertence à Empresa Agro-industrial do mesmo nome – foi o segundo ponto na agenda da visita da terça-feira, 28. Ali, onde umas caixas com pimentos impecáveis por sua cor e brilho, fazem pensar na qualidade do que pode ser feito em Cuba, o presidente falou sobre o valor de que a Empresa saiba dar chances, saiba respeitar a eficiência das UEBs que foram avançando e progredindo a partir da qualidade de suas produções.
 Até o hospital municipal Iluminado Rodríguez – que oferece serviços a mais de 59 mil moradores – chegou a liderança do país. Nesse centro de saúde, que abrange 24 especialidades médicas, e hoje confluem 69 estudantes que serão futuros profissionais da Saúde, soube-se acerca da execução de um processo de investimentos na ordem dos 4 milhões de pesos, o qual inclui, em uma primeira etapa, a construção de uma Unidade Cirúrgica e, mais tarde, a reparação de vários locais.
 Cada passo em frente que esteja sendo dado hoje em Cuba tem grande valor porque, como refletiu em mais de uma ocasião o presidente Díaz-Canel, os tempos são difíceis. Isso significa que, como também ele disse, aquilo que seja feito agora na Ilha maior das Antilhas, na contramão de toda adversidade, será o preâmbulo de conquistas maiores, quando a sociedade tenha ganhado em resiliência e em capacidade de criar contra todas as previsões.
«QUE TUDO O QUE SE FAÇA, SEJA FEITO COM QUALIDADE»
 Díaz-Canel e Morales Ojeda tinham chegado, na manhã de 28 de maio, à Central Termelétrica (CTE) Ernesto Guevara de la Serna, em Santa Cruz del Norte, durante a quarta visita da liderança do país à província de Mayabeque.
 Na CTE escutaram uma explicação detalhada sobre esse importante universo que consta de três unidades geradoras, duas das quais estão hoje em meio de processos de manutenção.
 O engenheiro automático Yasnel Torres Asencio, su diretor-geral, explicou a todos que no presente somente está sincronizado o bloco 2, o qual gera 52 megawatts ao Sistema Elétrico Nacional; enquanto o bloco 1 – em manutenção durante 77 dias, e que antes entregava 55 megawatts – deve superar os 90 megawatts ao concluir sua etapa de restauração.
 Quando esse bloco, e também o terceiro gerador – hoje em reparação – estejam prontos, a potência de geração para o verão pode flutuar entre 195 e 200 megawatts de potência, o qual é uma boa notícia que o engenheiro Yasnel Torres quis compartilhar.
 O presidente Díaz-Canel comentou aos trabalhadores estar impressionado pelo nível de conhecimento dos artífices da limpeza, reparação e ajustes necessários; significou que fizeram tudo com muita inventiva, ao tempo de destacar que tudo o que foi empreendido busca níveis superiores de satisfação no povo, na medida em que possam diminuir os apagões; e isso, disse, «dá muita confiança», porque «sabemos que estão trabalhando duro».
 O segundo ponto no itinerário – seguindo a trilha do sistema eletroenergético do país – foi a usina de tratamento de petróleo Fraile Santa Cruz, que pertence à Empresa de Perfuração e Extração de Petróleo do Ocidente.
 Situada no coração da Faixa Norte Havana-Mayabeque-Matanzas, esta usina não conseguiu cumprir. No ano passado o plano de extração de petróleo, embora tenha cumprido e superado as metas referidas ao gás. A primeira dificuldade – e assim explicaram os diretivos do local – foi devida à falta de financiamento para ter ao alcance produtos químicos necessários, bem como a não terminação de dois poços novos.
 Ao perguntar pelo pagamento aos trabalhadores, Díaz-Canel foi informado acerca de que o coletivo fechou o ano passado com lucros, e que o universo dos operários mostra estabilidade ao pé de cada espaço estratégico. No ano de 2024, segundo explicam os anfitriões, mostra planos de extração de petróleo e de gás que estão sendo cumpridos e mais.
 Ali, a intervenção da ciência tonou possível incrementar produções, empreender explorações rigorosas para que os processos de extração de gás ou de petróleo não sejam mais caros do que o necessário, ou não deem resultados pouco econômicos.
 No fim do encontro, o presidente expressou que este mundo do petróleo «é um setor que é preciso potencializar», por ser dos âmbitos mais importantes do país, onde há um grupo de profissionais muito preparados.
 A terceira parada na agenda foi a policlínica Alberto Fernández Valdés, um local que nos últimos dois anos foi melhorando todos seus indicadores de saúde e que atualmente mostra números de zero mortalidade materna e zero mortalidade infantil.
 Ainda que o edifício esteja precisando de uma reconstrução capital, a qual já começou, e que as condições construtivas não sejam as melhores e estão faltando médicos e enfermeiras no quadro de pessoal, nenhum serviço tem sido interrompido. O outro que foi informado à liderança do país é que, no horizonte da policlínica, está a reparação do salão de cirurgia, porque esse é uma das reclamações mais recorrentes da população.
 Quanto ao que está sendo feito e o que está em projeto, o chefe de Estado pediu: «Que tudo o que se faça, seja bem feito; seja feito com qualidade». Eis um dos principais desafios que tem Cuba: não só materializar os sonhos, mas também que estes se tornem realidades bem acometidas e, portanto, sustentáveis no tempo.

Photo: Estudios Revolución
Photo: Estudios Revolución
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