ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Os diretores e trabalhadores da usina açucareira Héctor Rodríguez se comprometeram a continuar a moagem enquanto for possível. Photo: Estudios Revolución

Muitas das batalhas de Cuba contra os demônios das dificuldades estão sendo vencidas com a fórmula de adaptar o pensamento aos tempos, de buscar novos caminhos quando, por várias razões, muitos outros caminhos conhecidos foram fechados.
 Essa filosofia surgiu no município de Sagua la Grande, na província de Villa Clara, onde o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, chegou na tarde de quinta-feira, 30 de maio, como parte de uma turnê iniciada em 2024 – município por município, e em todo o país – que busca ouvir em primeira mão diversas experiências e esforços produtivos que têm como fim levar a nação adiante.
 Um dos lugares na agenda da liderança do Partido no território central do arquipélago foi a empresa eletroquímica de Sagua (Elquim), produtora de cloro e seus derivados, cujos destinos são o território nacional e a área do Caribe, região para a qual a usina aumentou significativamente suas exportações.
 Lá, o chefe de Estado – acompanhado pelo membro do Bureau Político e secretário de Organização do Comitê Central, Roberto Morales Ojeda – perguntou sobre o estado atual da tecnologia, que foi renovada há pouco tempo, e foi informado sobre como a usina não sofre vazamentos químicos, algo que os visitantes que costumam ir ao local notaram com admiração, porque não há cheiro das substâncias derivadas do processo de produção.
 Em termos de adaptação da maneira de pensar aos tempos atuais, os anfitriões explicaram que a empresa não tem conseguido compartilhar os lucros, porque as despesas com a cantina não têm sido baixas. Portanto, a opção de autoconsumo tornou-se essencial, e será um caminho que já começou, pois, em sua função de lucro e de conferir autonomia, essa decisão poderia aliviar os encargos financeiros da usina.
 A oficina ferroviaria 9 de Abril da UEB (Unidad Empresarial de Base de Base) – o último item da agenda da tarde – também é ilustrativo de como o pensamento pode se mover: lá, o presidente elogiou as novas maneiras pelas quais o coletivo de trabalhadores tem uma alta capacidade de inovação à sua disposição. Nessa etapa, por exemplo, eles estão trabalhando atualmente na conversão dos ônibus Diana em “ferrobuses”.
 Como os tempos atuais assim o exigem, os diretores do workshop pensaram – e o farão – em montar um grupo de painéis fotovoltaicos, que serão cruciais na mudança da matriz energética, e também serão a possibilidade de oferecer eletricidade a outras áreas.
 A tarde desse itinerário-oficina começou na usina açucareira Héctor Rodríguez, onde o dignitário foi informado de que esta entidade não está cumprindo seu plano de produção, entre outros motivos, devido à falta de combustível e lubrificantes, além de condições climáticas adversas.
 Lá, quando o presidente perguntou sobre os tempos futuros da usina, os gerentes e trabalhadores prometeram continuar a moagem pelo maior tempo possível e, assim, entregar mais 2.000 ou 3.000 toneladas além das 7.000 toneladas já entregues.
 Mais uma vez, em uma das reuniões realizadas nesta quinta-feira, 30, com moradores de Sagua la Grande, o presidente lembrou que, na novidade, na engenhosidade de seguir caminhos que abrem o diapasão para soluções, está a possibilidade de deixar para trás, o mais rápido possível, situações difíceis.
O CAMINHO PARA O SUCESSO TEM SIDO PENSAR E FAZER TUDO DE FORMA DIFERENTE.
 Pela manhã, Díaz-Canel e Morales Ojeda estiveram no município de Yaguajay,  na província de Sancti Spiritus, onde o primeiro ponto do itinerário foi a UEB de lacticínios Mérida.
 «Este é um bom exemplo», disse o presidente, depois de conversar com Ignacio González Más, diretor da entidade, que em seus primórdios fabricava apenas queijo e hoje conta com uma gama de uma dúzia de produtos, embora o queijo Mérida continue sendo sua oferta distintiva.
 Em um cenário de ordem e limpeza, no qual 173 cubanos não apenas se dedicam a uma produção valiosa, mas também irradiam a eficiência da UEB para a comunidade, Ignacio disse que o centro possibilitou que a população mais próxima tivesse água potável garantida em sua totalidade; e que as crianças da escolinha, os professores e o médico da família almoçam na UEB.
 «Imagine aqui, com os lucros disponíveis, quanto mais eles poderiam fazer», argumentou o dignitário, sabendo que a unidade produtiva não pode contar com esse dinheiro porque a empresa à qual pertence – a empresa de laticínios da província – absorve os lucros.
 «A ineficiência da empresa engole a eficiência da UEB. Essas são algumas das coisas que temos de mudar no pensamento empresarial», ratificou o chefe de Estado.
 Diante de um empreendimento que tem terras para colher alimentos, com espaços para a criação de animais, com a aspiração de possuir mais terras para aumentar a produção, o presidente voltou a uma ideia que compartilha com frequência nestes tempos: por que, sob a mesma gravitação do bloqueio, por que, em meio às mesmas adversidades, alguns avançam e outros não? A resposta pode ser encontrada, como afirmou em várias ocasiões, nos métodos de gerenciamento e na maneira como os trabalhadores se envolveram.
 A mesma linha de raciocínio marcou a chegada e o intercâmbio na UEB Santos Caraballé – pertencente à empresa pecuária Venegas – onde a liderança do país pôde ver várias conquistas no estábulo típico Dois, um dos 18 que a empresa possui, dos quais dez foram recuperados.
 Antes de ouvir a explicação detalhada de César Liván Franco, diretor da empresa pecuária, a ordem e a beleza do local já haviam feito o presidente dizer: «Aqui vimos como queremos ver o gado». E sua expressão se baseou no cuidado com a sinalização, nas cercas bem construídas, na cultura presente, naquilo que o mundo da pecuária exige.
 Além disso, em nível de empresa, existem as áreas de autoconsumo, espaços onde são cultivados arroz, verduras e legumes, a semeadura de plantas protéicas para alimentar os animais. Nesse universo, a renda é alta, não há atrasos bancários, há comunicação com a universidade, há lojas que vendem insumos agrícolas, uma clínica veterinária, são construídas belas casas para os vaqueiros... E tudo isso levou Díaz-Canel a perguntar: «O que há de errado aqui?»
 «No ano passado», explicou César Liván, «houve mais de 30 casos de roubo e abate de gado, e em 2024 há apenas três». Os passos na direção certa levaram o dignitário a dizer: «Sim, podemos sair dessa bagunça. O que acontece é que tem que ser assim, trabalhando».
 Quando o presidente comentou com o diretor que, se eles tivessem sido muito tímidos, esperando um navio de importação para avançar, não teriam alcançado o sucesso de hoje, César Liván foi contundente, em uma clara alusão à urgência de se manter acordado e não esperar por forças externas: «É proibido falar sobre isso aqui».
 A policlínica Mario Muñoz foi o terceiro item da agenda da visita, um local que atende quase 10.000 pessoas no conselho popular de Venegas. Há 16 clínicas pertencentes ao centro de saúde e, entre outras conquistas, a importante instalação ostenta números de zero mortalidade materna e zero mortalidade infantil.
 Minutos antes de iniciar a reunião que geralmente encerra a visita a cada município, o chefe de Estado disse aos moradores do conselho popular de Venegas sua convicção de que a Ilha maior das Antilhas, com inteligência e trabalho árduo, pode avançar, e que, depois de ver as experiências louváveis de municípios como Yaguajay, não há dúvida de que aqueles que têm sucesso são porque fizeram as coisas de uma maneira diferente, diferente daqueles que ainda não romperam a inércia.

Photo: Estudios Revolución
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