
Instituições do Grupo de Indústrias Biotecnológicas e Farmacêuticas (BioCubaFarma) e o ministério da Saúde Pública (Minsap) realizaram um teste clínico liderado pelo Centro Nacional de Pesquisas Científicas (Cnic), que demonstrou a eficácia do Policosanol – o conhecido PPG – como potencial medicamento coadjuvante no controle da pré-hipertensão e da hipertensão de grau I em pacientes com baixo risco cardiovascular.
Os resultados dessa pesquisa, que permitem as perspectivas desse produto cubano, com mais de 30 anos de uso no país e ampla aceitação nos mercados internacionais, foram discutidos em 19 de junho, na reunião do primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, com especialistas do setor de saúde que trabalham, a partir da ciência e da inovação, para buscar respostas aos principais problemas de saúde que afetam a população cubana.
A hipertensão arterial é o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, que estão entre as três principais causas de morte em Cuba e que, como doenças não transmissíveis com um impacto tão alto, envolvem não apenas grandes desafios de saúde, mas também desafios sociais.
De acordo com a explicação oferecida por Sarahí Mendoza Castaño, diretora de pesquisa do Cnic, o estudo incluiu 400 pacientes, divididos em dois estratos: pré-hipertensos e hipertensos de grau I (os últimos são aqueles classificados como de baixo risco).
Depois de administrar 20 mg do medicamento diariamente durante 12 semanas aos dois grupos, a pesquisadora disse que, em geral, "«foi observada uma redução significativa nos valores da pressão arterial sistólica (máxima) e diastólica (mínima). No caso específico dos pacientes com hipertensão de grau I, isso começou a se manifestar após quatro semanas de tratamento».
Também explicou que não ocorreu nenhum evento adverso em nenhum paciente durante o curso do estudo clínico, nem houve alteração nos indicadores de segurança física e sanguínea, tornando-o «seguro e bem tolerado».
Embora Mendoza Castaño tenha insistido que «o Policosanol não é um anti-hipertensivo, pois são necessários muitos outros estudos para comprovar isso, com mais níveis de dose e uma população maior para extrapolar os resultados», seu uso demonstrou ser benéfico no tratamento de pacientes de baixo risco, conforme evidenciado por esse estudo específico.
«Os resultados nos obrigam a continuar estudando a questão, porque ela não está encerrada, mas temos muito a pesquisar sobre o assunto», disse.
Nesse sentido, o presidente Díaz-Canel instruiu os cientistas, levando em conta o potencial demonstrado e o caminho já iniciado, a elaborar um roteiro que permita a expansão dos estudos sobre o uso desse medicamento, bem como sua produção no país.
No final da reunião, que também contou com a presença dos vice-primeiros-ministros Inés María Chapman Waugh e Jorge Luis Perdomo Di-Lella, bem como do ministro da Saúde Pública, José Angel Portal Miranda, e de membros da Comissão de Ciência do Partido Comunista de Cuba, o chefe do Departamento de Doenças Não-Transmissíveis da Saúde Pública, Salvador Tamayo Muñiz, disse à equipe de imprensa presidencial que «esse produto tem uma importância e uma perspectiva muito altas».
O fato de que o dano vascular atualmente seja responsável por «cerca de 40% da mortalidade entre as dez principais causas de morte em Cuba, torna essa questão muito séria, já que o impacto da hipertensão arterial é alto e, infelizmente, nos últimos 15 anos, teve um desvio para a mortalidade prematura».
Por isso, disse que «qualquer avanço no tratamento de doenças crônicas é significativo».