ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

 

O chefe de Estado conversou com os moradores de Lajas acerca da necessidade da participação popular. Photo: Estudios Revolución

«Cuba não aceita interferências de nenhum tipo, nosso país não renuncia ao seu modelo de construção socialista, o qual teremos que aprimorar, e o país, em meio da circunstâncias mais difíceis, vai continuar avançando», reafirmou o presidente Miguel Díaz-Canel ao trocar com populares de Lajas, município da província de Cienfuegos, que visitou nesta quarta-feira, 27 de novembro, como parte dos seus percursos habituais por toda a nação.

 Após conhecer a experiência bem-sucedida do produtor de cana de açúcar Luis Alberto Pérez Ortiz, em uns 80 hectares, de visitar a usina açucareira Ciudad Caracas, que se prontifica para começar a moer a cana nos começos de dezembro e percorrer o bairro em transformação La Planta (que antigamente era um assentamento ilegal), o chefe de Estado conversou com dezenas de moradores de Lajas que o esperavam em frente da sede do Partido municipal.

 O presidente se referiu à preocupação que poderia existir em algumas pessoas relativamente aos resultados das eleições nos Estados Unidos; dizendo que «para nós os resultados destas eleições não são resultados novos. Era um cenário previsto, era um cenário provável, e estávamos nos prontificando para esse cenário».

 «Existe uma relação (Cuba-Estados Unidos) totalmente assimétrica», lembrou o presidente, «porque nos impuseram um bloqueio durante mais de 60 anos, um bloqueio que em 2019 foi recrudescido, com medidas da administração que novamente vai tomar posse da Casa Branca, e que foram mantidas na atual, quer dizer, não é um problema da administrações diferentes».

 «Duas administrações de partidos diferentes mantiveram a mesma política de hostilidade para Cuba». Considerou que «nisso, temos estado todos os anos da Revolução, quer dizer, que o país está pronto».

 «Sempre temos afirmado que não temos nada contra o povo norte-americano, e que estamos dispostos a conversar, em igualdade de condições com o governo dos Estados Unidos», ratificou. 

 Díaz-Canel foi enfático: «em igualdade de condições, sem imposições, com respeito e, naturalmente, sem nada que possa afetar nossa soberania nem nossa independência. Essa é que é a posição de Cuba».

 Diante dos moradores de Lajas reconheceu «que é verdade que temos sofrido muito. Cuba vem sofrendo um bloqueio perverso e genocida durante mais de 60 anos; sobretudo nos últimos anos temos sofrido o acirramento desse bloqueio, com as implicações que teve na vida das cubanas e dos cubanos, com os cortes de eletricidade, com a carência de alimentos, com a carência de medicamentos».

 «Mas temos a convicção», acrescentou, «que com resistência criativa, que não somente é resistir, mas sim criar – tal como enfrentamos a pandemia, quando fomos capazes de superá-la porque nossos cientistas conseguiram as vacinas e nosso sistema social se concentrou em salvar as vidas – com essa mesma paixão, com essa mesma convicção, com o talento de nosso povo, com o heroísmo de nosso povo, vamos continuar avançando».

 O presidente asseverou eu «sem medo, confiantes em que, com nossos próprios esforços, com nosso próprio talento, podemos sair na frente».

 Precisamente, o presidente teve provas desse talento e desse esforço durante a visita, quando conversou com o produtor de cana Luis Alberto Pérez Ortiz, com o qual conversou ao pé de um vigoroso canavial que faz parte de seus 80 hectares em usufruto, nos quais já conseguiu rendimentos de mais de 90 toneladas por hectare.

 O camponês, que antigamente se dedicava à cria de suínos, há quatro anos que adentrou no mundo da cana; e explicou ao presidente que o sucesso assenta no trabalho dia a dia, em fazer as coisas bem cada dia de trabalho. Nesse empenho é acompanhado por apenas seis operários em sua chacra La Esperanza, onde também esteve experimentando com o uso de produtos biológicos.

 O chefe de Estado – sempre acompanhado nestes percurso pelo secretário de Organização do Comitê Central, Roberto Morales Ojeda – mostrou interesse pela safra açucareira na província de Cienfuegos, decisiva para o país, na qual vão moer cana três usinas, desde começos de dezembro até março, embora já a usina 14 de Julio, esteja «adiantada» e tem as caldeiras acesas e começou a moer a cana. Esta usina é considerada a mais integral da Ilha.

 A agenda de trabalho continuou depois na usina açucareira Ciudad Caracas, praticamente pronta para começar a produzir açúcar em 4 de dezembro. Díaz-Canel reconheceu a reparação feita à maquinaria toda e insistiu na necessidade de que as usinas açucareiras gerem eletricidade também fora da época da safra.

 Acompanhado de líderes do Partido, do governo de do setor açucareiro na província, percorreu a usina, que já tem completa a força de trabalho, o quadro de pessoal, da que fazem parte 51 jovens. O presidente considerou que a Ciudad Caracas «é uma usina bem organizada». Segundo meios de imprensa da província, esta usina deve produzir neste ano por volta de 18 mil toneladas de açúcar.

 A visita a Lajas continuou depois no bairro La Planta, um assentamento antigamente ilegal, onde e conseguiu legalizar as moradias, eletrificar, fornecer serviços de comunicações e reabilitar as moradias. O chefe de Estado conversou com os vizinhos acerca da necessidade do envolvimento popular. 

 Interessou-se pelos serviços de Saúde, a loja de gêneros, a farmácia e a escola mais próxima. Falou da harmonia entre os moradores e de como todos os dias fica demonstrado que, apesar da difícil situação econômica, pode se avançar no bem-estar de nosso povo.

 

Photo: Estudios Revolución
Photo: Estudios Revolución
Photo: Estudios Revolución