Mais de 500 mil cubanos, representando o povo de toda a nação, inundaram o Malecón (beira-mar) de Havana na sexta-feira para enviar, como uma mensagem através do oceano, uma exigência ao governo dos EUA contra o bloqueio e para que Cuba não permaneça mais na lista de supostos Estados patrocinadores do terrorismo.
Junto com o general-de-exército Raúl Castro Ruz, líder da Revolução Cubana, marchou o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que acusou o presidente da potência do Norte, Joe Biden, de continuar a hostilidade contra a Ilha, que herdou de seu antecessor, Donald Trump; o mesmo que retornará à Casa Branca em janeiro.
Destacou a arrogância de manter o arquipélago na lista que o vincula ao terrorismo, uma acusação duplamente imoral, na medida em que vem da administração que favorece ações violentas contra a Ilha maior das Antilhas, e que é um asilo natural para criminosos e promotores de ódio.

Em contrapartida, não há rancor contra o povo dos Estados Unidos, mas diante do imperialismo e de suas tentativas de destruir a soberania de Cuba, «marcharemos hoje, amanhã e sempre», garantiu Díaz-Canel.
Imerso no mar de gente, Yankiel Cardoso Muñoz, presidente do Conselho Popular de Ceiba-Kolhy, no município de Playa, na capital, explicou a seu filho Antuán Cardoso Chaviano, com a frase «Quero crescer sem bloqueio» em sua camiseta, como essas medidas limitam sua felicidade.
A colombiana Silvia Juliana Casadiegos González estuda na Escola Latino-Americana de Medicina desde 2019, graças ao papel de Cuba no processo de paz em seu país. «Eles me estenderam a mão para realizar meu sonho e, só por isso, merecem ser desbloqueados», comentou, com uma declaração que foi precisamente a demanda unânime da maré humana que transbordou, em nome de toda Cuba, o Malecón de Havana.