(Versões estenográficas – Presidência da República)
Miguel Díaz-Canel Bermúdez | internet@granma.cu
Estimado general-de-exército Raúl Castro Ruz, líder da Revolução Cubana;
Querido povo de Cuba;
Moradores de Havana;
Compatriotas:
A atual administração norte-americana, à que hoje exatamente resta um mês na Casa Branca, nada fez para se afastar da linha de bloqueio reforçado e asfixia econômica de Cuba que foi deixada como legado pela administração republicana que retorna ao poder em Janeiro.
Com a aplicação das 243 medidas adicionais e a manutenção de Cuba na lista dos países patrocinadores do terrorismo, Biden cumpriu de forma disciplinada e cruel a política que Trump aprovou durante seu mandato.
Nas últimas semanas e dias, houve inúmeras declarações de personalidades norte-americanas e de outras partes do mundo que exigem que Biden use seu poder, para que pelo menos retire o nome de uma nação que nunca deveria ter estado naquela lista espúria.
Apontar Cuba como um Estado que supostamente patrocina o terrorismo é no mínimo falso e imoral, independentemente de onde vier a acusação, mas é duplamente quando a acusação vem do território norte-americano, onde existem grupos paramilitares que organizam, promovem e financiam ações terroristas contra as estruturas sociais e econômicas em Cuba.
Eles têm suas bases no sul da Flórida e não se escondem para treinar. Fazem-no publicamente, à vista de todos e com a proteção das autoridades locais, violando mesmo as suas próprias leis e tratados internacionais.
É assim que agem há muitos anos, abrigando em seu território terroristas confessos deste continente, como Luis Posada Carriles e Orlando Bosch, mentores do crime abominável em Barbados que, no entanto, morreram pacificamente nos Estados Unidos sem nunca terem pagado seus crimes.
Conhecendo tais antecedentes, nenhum governante norte-americano pode classificar Cuba como um Estado terrorista.
O governo atual desse país sabe bem disso. Assim foi reconhecido pelo secretário do Estado, Antony Blinken, no passado mês de maio, ao declarar perante os meios que não existe justificação alguma para a permanência de Cuba nessa lista.
Reconhecem isso mas não agem, porque a política estadunidense para Cuba foi sequestrada, há mais de seis décadas, por um reduto mafioso dos parceiros de Fulgencio Batista, assente no sul da Flórida e perante o qual mostraram fraqueza na hora de agir coerentemente para com nosso país.
A permanência de Cuba nessa lista e o acirramento da política do bloqueio são ações sem piedade contra o povo cubano, que já devem parar!
Quando se persegue e se impedem as transações financeiras ao nosso comércio internacional se está negando ao povo cubano alimentos, medicamentos, combustíveis, bens, suprimentos e mercadorias essenciais para a sua sobrevivência.
Quando são colocados entraves a nossas exportações ou são perseguidas ou punidas as relações com nossas empresas, o país está sendo privado de divisas essenciais para desenvolvermo-nos e para financiar nosso projeto de justiça social.
Quando se impede a contratação de serviços on line ou se restringem as trocas acadêmicas e científicas, está se desferindo um golpe a uma nação que procura se desenvolver e sair na frente com seu talento e esforços próprios, em meio de um mundo cada vez mais interligado.
Quando é negado a um povo o oxigênio medicinal em meio de uma pandemia, e inclusive, outros países e empresas que podem fazê-lo, são amedrontados, se está agindo de forma criminosa.
Esse é o dia a dia em que Cuba, seu povo e seu governo, lutam por sair na frente.
A pretensão dos Estados Unidos de dilacerar a dignidade deste povo, por meio do porrete, hoje ficou desfeita com esta passeata e marcha do povo combatente, que demonstra quão elevada continua estando a honra de nossa Pátria! (Aplausos).
Assim que tornamos pública a convocatória para esta marcha, os agoureiros do ódio anticubano vociferavam histéricos que seria um fracasso, fizeram apelos para boicotá-la e proferiam mentiras acerca de suas motivações.
Eles conhecem muito pouco o povo cubano! Ainda subestimam muito pouco nossas convicções patrióticas e revolucionárias!
Outros reles porta-vozes do Governo estadunidense e da máfia anticubana do sul da Flórida teimavam em envenenar as redes com a falsa ideia de que esta era uma passeata anti-estadunidense.
Contra o povo estadunidense não professamos o mais mínimo sentimento de ódio ou animadversão. Para os cidadãos nobres desse país todo nosso respeito, e a mão sempre estendida para fortalecer os laços de irmandade entre os dois povos.
É a mesma mão que temos estendido a todos os governos dos Estados Unidos, desde o triunfo da Revolução até hoje, sempre em função de um relacionamento sério, respeitoso e em igualdade de condições.
Mas se os Estados Unidos teimam em seu empenho de quebrantar a nossa soberania, nossa independência, nosso socialismo, apenas encontrarão rebeldia e intransigência! (Aplausos).
A Revolução conseguiu sobreviver perante cada administração norte-americana que tentou isso; e assim continuará sendo.
Esta será uma marcha, sim, muito anti-imperialista! Contra o império norte-americano e sua pretensão de se impor sobre Cuba pela força ou a sedução, vamos marchar agora e sempre! (Aplausos).
Já marchamos, para dizer ao governo dos Estados Unidos: Deixem o povo cubano viver em paz!
Abaixo a interferência! (Exclamações de: «Abaixo!»)
Abaixo o bloqueio! (Exclamações de: «Abaixo!»)
Abaixo as medidas de coerção unilaterais contra Cuba! (Exclamações de: «Abaixo!»)
Abaixo a permanência de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo! (Exclamações de: «Abaixo!»)
Abaixo o genocídio contra o povo cubano! (Exclamações de: «Abaixo!»)
Socialismo ou Morte!
Pátria ou Morte!
Venceremos!
Brados de: «Venceremos!»)
(Ovações)







