
O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, pediu transparência para permitir que as pessoas saibam para onde vai o orçamento do Estado e para combater a corrupção, na reunião anual de trabalho do ministério das Finanças e Preços (MFP).
Na Sala Plenária do Palácio da Revolução, Díaz-Canel disse que este ministério está longe do que pode alcançar, ao mesmo tempo em que refletiu sobre a importância de adequar esses fundos aos problemas reais de cada território e direcioná-los a programas sociais, a fim de erradicar as desigualdades.
Insistiu na transformação digital, na bancarização e na inteligência artificial como pilares para alcançar maior eficiência no atual contexto demográfico, caracterizado pelo envelhecimento e pela redução da população. Ao mesmo tempo, reconheceu a necessidade de inovação estrutural nos processos e procedimentos.
«O MFP tem uma grande responsabilidade na implementação do Programa do Governo para corrigir distorções e impulsionar a economia e, como prioridade máxima, deve continuar trabalhando na redução dos preços», enfatizou o membro do Bureau Político e primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz.
Pressionado pela urgência dos tempos atuais, Marrero acrescentou «que não podemos nos dar ao luxo de passar uma semana sem mostrar melhores resultados do que nas semanas anteriores, porque o povo exige isso», disse. E pediu um período de maior enfrentamento das irregularidades.
Com relação à evasão fiscal, disse que mais de 65% dos agentes econômicos sujeitos ao aumento dos controles no segundo semestre de 2024 não tinham conta fiscal ou não tinham operações refletidas nela. «Essa evasão, além de grandes perdas monetárias, é um escárnio aos deveres estabelecidos», disse Marrero Cruz.
Reconheceu a notável redução do déficit fiscal, embora tenha criticado que seus resultados estão longe de se traduzir em uma melhor qualidade de vida para a população, razão fundamental da migração em massa para outras nações e da flutuação da mão de obra na Ilha.
Denunciou que quase ninguém respeita as planilhas de custos, nem cumpre o que foi acordado pelas comissões de acordos de preços dos territórios. «No caso da gastronomia, os valores solicitados em troca de produtos não têm justificativa», disse.
O primeiro-ministro expressou preocupação com o rigor da contabilidade das entidades, argumentou sobre a ineficácia das medidas tarifárias e orientou as empresas a se segurarem diante das adversidades, a fim de reduzir a dependência do orçamento do Estado.







