ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Photo: Estúdios Revolución

Cárdenas, Matanzas.— Ele jaz no cemitério de Cárdenas. Hoje é 13 de março e 68 anos se passaram desde aqueles eventos que abalaram um país. O primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, chegou ao cemitério da família, onde repousam os restos mortais de José Antonio Echeverría, para prestar homenagem ao líder estudantil, assassinado neste dia em 1957, bem perto da Universidade de Havana, minutos depois do histórico ataque à emissora Rádio Reloj.
 A bandeira nacional e a da Federação dos Estudantes Universitários (FEU) tremularam no alto do local sagrado onde os restos mortais do eterno Presidente Honorário da FEU foram depositados, sob o olhar do anjo de mármore.
 Uma coroa de flores foi depositada por Meyvis Estévez, primeira-secretária do Comitê Nacional da União dos Jovens Comunistas (UJC), e Ricardo Rodríguez, líder máximo da organização de estudantes universitários cubanos.
 Em seguida, o primeiro a depositar uma flor foi o chefe de Estado, juntamente com as autoridades do Partido e do Governo na província, as organizações políticas e estudantis.
 A homenagem continuou em um dos lugares mais emblemáticos da cidade de Cárdenas. O Museu Casa Natal José Antonio Echeverría está localizado na Rua Genes, 240, onde um dos filhos mais queridos de Matanzas e de Cuba nasceu em 16 de julho de 1932.
 

O presidente visitou o imponente edifício, lindamente preservado, onde os visitantes podem ter um vislumbre da vida do jovem que decidiu lutar pela Revolução e foi morto a tiros pela ditadura de Batista, quando tinha apenas 24 anos de idade.
 Estudantes de Matanzas de Ciências Médicas e de várias especialidades universitárias participaram de um novo «encontro com a história», como parte dos organizados pelo presidente nos últimos meses (anteriormente em Baire e também em San Lorenzo).
 O jornalista Wilmer Rodríguez Fernández, autor do livro Tiempos de definiciones, narrou – a partir de seus estudos aprofundados sobre o assunto – o que aconteceu em Havana, em 13 de março de 1957, no ataque ao Palácio Presidencial e na tomada da emissora Rádio Reloj, aquele dia cheio de contratempos, mas também de bravura e amor à pátria, um discurso que foi descrito pelo presidente cubano como «uma aula magistral de história».
 «Esse é um tema que os historiadores ainda estão estudando, porque tem múltiplas arestas, devido à multiplicidade de atores envolvidos; e no qual a história de Cuba tem um dos maiores eventos militares e políticos na luta contra a ditadura de Fulgencio Batista», disse o jovem pesquisador.
 Em seguida, as perguntas do presidente Díaz-Canel convidaram ao debate: o que vocês veem em José Antonio como um paradigma para estes tempos e qual é o seu legado para os jovens de hoje?
 Os jovens então falaram sob a perspectiva da época em que viveram e contaram como, nas salas de aula da universidade, o líder estudantil revolucionário os convoca todos os dias para defender os princípios que nos trouxeram até aqui.
 Na sala do Museu, repleta de sonhos e convicções, conceitos como: «a história é polêmica e bela, e, como diz Fidel, é preciso ter um sentido do momento histórico»; «embora cada época seja diferente, podemos nos inspirar eternamente em José Antonio Echeverría»; «a história nos conecta por meio de emoções e sentimentos com o compromisso que temos de defendê-la»; «os universitários têm a missão de continuar sendo a FEU da consciência e da alegria na vanguarda».
 Em um intercâmbio com os estudantes, Díaz-Canel refletiu sobre os desafios que os jovens enfrentam hoje, inspiradoS pelo exemplo de José Antonio e dos jovens de sua geração, jovens dispostos a dar a vida por um ideal.
 «José Antonio queria uma pátria melhor e um mundo melhor», disse o presidente, depois de abordar os desafios que a juventude cubana enfrenta no cenário atual, quando sua contribuição é decisiva em todos os setores da vida econômica e social.
 Afirmou que, na Cuba de hoje, «o principal é defender a Revolução, preservá-la diante de todos os ataques e aperfeiçoar o trabalho revolucionário, sempre cuidando da unidade».
 «Se estamos convencidos, e um dos elementos inspiradores e paradigmáticos é alguém como José Antonio, especialmente entre os estudantes universitários, então estamos assumindo nosso compromisso e nossa responsabilidade de lutar por um país melhor e um mundo melhor», refletiu Díaz-Canel.

O presidente refletiu sobre a contribuição decisiva dos jovens para a vida econômica e social. Photo: Estúdios Revolución

Na saída do Museu do Nascimento, na Praça José Antonio Echeverría, o presidente cubano cumprimentou uma representação do povo de Cárdenas, protagonista da tradicional peregrinação ao cemitério local.
 O presidente comentou sobre as experiências da manhã de quinta-feira, 13, em que «foi feita uma reflexão histórica sobre a validade das ideias e do legado de José Antonio». E ressaltou a importância de manter seu pensamento nos compromissos da juventude cubana com a defesa dos princípios revolucionários, nas circunstâncias complexas que estamos vivendo.
 «Obrigado a Cárdenas pela oportunidade de estar neste lugar simbólico», disse Díaz-Canel aos homens e mulheres reunidos no centro histórico da cidade.