

A saúde precisa de abordagens intersetoriais e transversais para os desafios globais, e esse paradigma só será possível com a união de todos os setores, a fim de alcançar o bem-estar das pessoas.
Essa foi uma das declarações feitas por José Angel Portal Miranda, ministro da Saúde Pública, durante a conferência Cuba e o Paradigma de Uma Saúde. Ciência, solidariedade e compromisso humano frente aos desafios globais, proferida durante a inauguração da 5ª Convenção Internacional Cuba Saúde 2025.
Portal Miranda disse que o evento, que é um espaço de debate e construção coletiva da atenção médica humanista, promove o compromisso com a vida e defende o fato de que a saúde é um direito humano.
«Por isso, é urgente desenvolver estratégias integradas para responder aos problemas que estão se manifestando atualmente», disse.
«Tudo isso», acrescentou, «exige ações sistemáticas, multidisciplinares, coordenadas e unidas que nem sempre conseguimos implementar em benefício do setor».
«A ideia de Uma Saúde, nascida do diálogo entre a medicina humana, a medicina veterinária e a ecologia, reconhece que todas as diretrizes estão conectadas», disse.
«E, precisamente, a medicina cubana revolucionária, aquela que transcende as fronteiras desde sua concepção, teve suas bases na prevenção, no controle de vetores comunitários, bem como na formação integral de seus profissionais, sempre alinhada com uma perspectiva integral de bem-estar», acrescentou.
«Nesse sentido, o enfoque de atendimento primário permite que o sistema de saúde concentre suas ações nos indivíduos e nas famílias, com uma projeção territorial e intersetorial para a comunidade, com serviços organizados».
SOBRE O SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE
O dr. Portal Miranda destacou o Programa de Médicos e Enfermeiros de Família, criado em 1984 sob a visão do Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz, como uma das maiores conquistas da saúde na Ilha, baseado em equipes de saúde que trabalham com responsabilidade direta por um número limitado de famílias em um modelo preventivo, contínuo e abrangente.
Ressaltou que, para Cuba, essa articulação é «uma expressão concreta de Uma Saúde, que vincula aspectos clínicos, sociais e ambientais».
Explicou que o país conta atualmente com mais de 10.800 clínicas médicas nas comunidades, integradas em 451 policlínicas, uma rede que permitiu alcançar indicadores de saúde comparáveis aos das nações desenvolvidas.
Entre os exemplos mais claros, ele citou uma taxa de mortalidade infantil de 7,1 por 1.000 nascidos vivos em 2024 e uma expectativa de vida de 77,8 anos, apesar das limitações financeiras e do bloqueio imposto pelo governo dos EUA, «uma violação flagrante dos direitos humanos» ao limitar o acesso a medicamentos e tecnologia médica, denunciou.
O chefe do setor destacou que o fortalecimento do programa de vacinação cubano permitiu contar com 17 vacinas, dez das quais são de produção nacional e outras que são utilizadas em campanhas.
A vontade política do Estado cubano tem sido fundamental para demonstrar os princípios de solidariedade e cooperação em matéria de saúde e, seguindo esses valores, os colaboradores cubanos têm contribuído, muitas vezes de forma anônima, para o bem-estar da humanidade.
«Quando todos os outros falham, nossos profissionais estão lá», elogiou Portal Miranda, observando que a Organização Mundial da Saúde considera o sistema de saúde cubano uma referência mundial.