ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
O chefe do Governo visitou vários locais de interesse na geografia de Holguín. Photo: Germán Veloz Placencia

«Nossa principal prioridade é recuperar o sistema elétrico nacional», disse Manuel Marrero Cruz, membro do Bureau Político e primeiro-ministro, que no último sábado, 10 de maio, visitou comunidades e centros de produção no município de Gibara, na província de Holguín, onde também é deputado na Assembleia Nacional do Poder Popular.
 «Estamos nos concentrando em continuar com os investimentos, especialmente nos parques fotovoltaicos para reduzir o apagão, o que mudará a economia do país e a vida da população», disse. Comentou que veremos os resultados pouco a pouco. «Há uma estratégia para melhorar a situação no verão».
 Nesse contexto, Marrero confirmou que, ao mesmo tempo, as comunidades, os municípios e as províncias devem continuar buscando alternativas derivadas de seu próprio potencial.
 Quando Marrero Cruz fez essas declarações à imprensa, que testemunhou seu dia de trabalho, já havia visitado a comunidade de La Sirena, no conselho popular de Floro Pérez, onde, junto com líderes locais e vizinhos, discutiu a urgência de tomar medidas que possam melhorar a vida no local.
 O primeiro-ministro disse que uma horta de cultura intensiva é obrigatória nesse local, pois esse tipo de estabelecimento é uma das estruturas mais econômicas para a produção de alimentos. «Os canteiros dessas instalações são feitos de madeira rústica e as plantas usadas são da própria área; a água pode ser extraída de um poço próximo, que pode ser aplicada com regadores tradicionais e, depois de 30 dias, a colheita pode ser feita. Além disso, isso gera empregos para as pessoas das próprias comunidades».
 O envelhecimento contínuo da população, que em nível nacional é de 25,7%, também foi abordado pelo chefe do Governo, que disse que a situação dos idosos deve ser monitorada de perto, assim como a situação de todos aqueles que têm alguma deficiência ou problema de vulnerabilidade, para que se sintam acompanhados e cuidados.
 Com relação às dificuldades encontradas pelos residentes nas áreas rurais quando precisam viajar para as capitais municipais para realizar certas formalidades, que muitas vezes são sobrecarregadas de burocracia, disse que, nas condições atuais, dada a falta de transporte, é necessário fazer o inverso, de modo que os funcionários dessas instituições sejam os que vêm aos assentamentos, pelo menos uma vez por semana.
 Reconheceu que o município de Gibara fez progressos nessa direção, mas pediu às autoridades de Gibara presentes no intercâmbio que não ficassem satisfeitas com o que foi alcançado, pois ainda há um longo caminho a percorrer em direção ao que é desejado.
 «Sabemos que há dificuldades com os medicamentos, mas no caso daqueles que são controlados com o cartão, devemos fazer o mesmo para reduzir as viagens dos afetados das áreas rurais para as capitais municipais. Por que não levar os medicamentos do cartão para os armazéns que existem nas comunidades?»
 O que tem sido feito na unidade de negócios de base (UEB) El Vapor, que tem um rebanho bem assistido de 600 cabeças de gado Siboney, levou-o a elogiar o coletivo, a muitos de cujos membros ele fez perguntas para descobrir as razões de seus bons resultados, embora tenham os mesmos problemas e falta de recursos sofridos nas entidades pecuárias do país.
 Uma vez que os diretores da UEB lhe disseram que queriam mais terra para sustentar seu gado, o que não está sendo alcançado, embora existam áreas próximas em usufruto que não estão sendo exploradas ao máximo, Marrero Cruz também sugeriu avaliar a situação, com base no fato de que a terra deveria estar nas mãos daqueles que a aproveitam ao máximo e contribuem mais para o povo.
 Ao visitar uma fábrica de tijolos da empresa provincial de materiais da construção, Marrero reconheceu os gerentes e trabalhadores pela maneira criativa com que lidam com a falta de recursos essenciais, como o cimento. Lá viu como os tijolos e as lajes são feitos de argila cozida, o que não impediu investimentos que exigiam o uso de blocos feitos de cimento e cascalho.
 Precisamente, levando em conta o papel dos diretores da El Vapor e da empresa de materiais da construção, enfatizou a mudança de mentalidade que é necessária em situações complexas como as que estamos vivendo e o papel dos qdiretivos, «porque temos um povo que quer avançar e entender os problemas, mas não aceita que aqueles que chefiam os locais de trabalho se dediquem apenas a discursos e explicações».
 «É uma realidade que existe o bloqueio dos EUA, que é a principal afetação da economia do país, mas devemos tentar transformar tudo a partir dos recursos disponíveis e das condições de trabalho. É por isso que, em cada local de trabalho e comunidade, se todos tiverem essa mentalidade, isso realmente mudará», explicou.
 Convencido, acrescentou: «Não podemos permitir que os coletivos percam o ânimo por falta de um líder que não seja capaz. Nossa capacidade deve ser direcionada para canalizar a inteligência coletiva. Durante as turnês, devemos ir e ver as boas experiências e verificar o que não está sendo bem feito. Os gerentes que não estiverem dispostos a lutar devem ser substituídos».
 Também pediu que fosse dada ênfase ao controle popular, que é a forma de as pessoas defenderem seus direitos.
 «Para proteger seus direitos, as pessoas precisam participar do controle, para fazer com que as instituições estatais funcionem de forma eficiente», resumiu.