El Uvero, Santiago de Cuba.– Para 68 jovens de Santiago de Cuba, o dia 28 de maio será uma data inesquecível. Não apenas por seu significado na história do país, mas também por terem revisitado o evento e sua relevância, juntamente com o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.
Esse foi o décimo primeiro intercâmbio desse tipo, que, de acordo com o presidente, «não coincide necessariamente com aniversários determinados» – embora há 60 anos o Comandante-em-chefe tenha inaugurado o monumento em homenagem aos mártires do combate de El Uvero – mas por causa da conotação e do legado, que demonstram a determinação revolucionária de sempre vencer».
Também marcaram presença no diálogo o membro do Bureau Político e secretário de Organização do Comitê Central do Partido, Roberto Morales Ojeda; a primeira-secretária do Partido na província, Beatriz Johnson Urrutia; o governador, Manuel Falcón Hernández; e líderes da União dos Jovens Comunistas (UJC).
CUBA CONTA COM SEUS JOVENS
«Da Universidade de Oriente (UO), estamos liderando projetos voltados para o uso de energias renováveis, soberania energética e estamos ligados a empresas do setor em nossas províncias. Como estudante de engenharia elétrica, entendo a complexidade do processo», disse Daniel Gutiérrez Sánchez.
Díaz-Canel aproveitou a oportunidade para fazer uma atualização sobre a estratégia energética do país. «Temos que falar repetidamente sobre as luzes, porque até julho, por exemplo, teremos mais de 500 megawatts gerados pelos novos parques solares, e já temos cerca de 700 disponíveis em geração distribuída, embora o déficit de combustível e lubrificantes seja a razão pela qual não estamos gerando em plena capacidade. Estamos aqui, porque a vitória em El Uvero hoje significa que não podemos desistir, porque temos a capacidade de vencer».
A professora de história, Livia Illas Ulloa, disse que «as condições atuais em Cuba exigem conhecimento da história e seu aprofundamento; quando ela é bem ensinada, os valores são transmitidos». Em seguida, Diosmer Cordero Montero, estudante de Engenharia Agrícola, do Centro Universitário Municipal, apresentou seus resultados no plantio de cará em dois hectares, que faz parte de sua tese de graduação. «No caminho rumo à soberania alimentar, estamos dando passos da pesquisa e da prática. O município de Guamá pode contar comigo», disse.
O líder cubano acrescentou que as boas experiências devem ser generalizadas, especialmente com esses cultivos resistentes, «e produzi-los intensivamente nos territórios, o que reduz os custos e, no final, os preços pelos quais as pessoas os compram».
Por sua vez, o jovem capitão Vidal Castellanos disse ao presidente e às autoridades políticas e governamentais: «É uma honra para mim que as instituições educacionais das FARs contribuam muito, não apenas para a defesa do país, mas também para seu desenvolvimento integral», elogiou.
Leandro Camaño Mendoza, nascido e criado em El Uvero, «um museu a céu aberto, onde o trabalho criativo da Revolução pode ser visto e respirado em toda parte. Minha família é a de Eligio Mendoza, um dos mártires da luta, e esse legado não pode ser traído», disse com determinação.
María Carla Leyva Herrera, que está prestando o Serviço Militar Voluntário Feminino, ratificou seu compromisso com a defesa do país, «que também me corresponderá com o estudo do jornalismo, para poder mostrar as verdades e as razões de Cuba». O presidente perguntou sobre as condições de vida em sua unidade militar e depois entregou as carteirinhas de membros da União dos Jovens Comunistas (UJC) a oito jovens do território.
«Em meio a combates intensos, Fidel cuidou para que os civis não fossem feridos e os prisioneiros não fossem maltratados; Raúl, Almeida – definido como a alma do combate – e Che Guevara começaram a se destacar (...) Vocês são a Geração Centenária do Comandante, lutando bravamente por um presente e um futuro melhores para a Pátria», refletiu o presidente ao final da reunião.
TAMBÉM EM TURNÊ PELOS MUNICÍPIOS DE SANTIAGO DE CUBA
O dia continuou com uma visita de Díaz-Canel e Morales Ojeda à localidades de Julio Antonio Mella e Tercer Frente, encerrando o primeiro ciclo de visitas a todos os municípios de Santiago, como parte do sistema de trabalho da liderança do Partido.
O chefe de Estado iniciou sua estada no município de Mella no monumento nacional Mangos de Baraguá, onde visitou a Sala de Interpretação que, por meio de novas tecnologias e modernos conceitos de museu, mostra da forma mais real possível o ambiente em que o major-general Antonio Maceo Grajales foi o protagonista do histórico Protesto de Baraguá.
O presidente escreveu no livro de visitantes: «Mais uma vez viemos a este importante local histórico para aproveitar e incorporar, em nossa atitude e convicções, o legado do general Antonio».
«A instalação desta Sala de Interpretação em uma das páginas mais heróicas de nossa história, o Protesto de Baraguá, é magnífica. Vamos sempre preservar a memória histórica de nossa pátria».
No final da manhã, o presidente chegou à policlínica pedagógica Bertha Seret Rodríguez, que atende aos mais de 8.000 moradores da área de saúde de Baraguá, onde elogiou as boas condições do prédio, graças ao atendimento que é prestado permanentemente.
A doutora Neyvis López Clavel, diretora do centro médico, informou sobre os índices de saúde da comunidade, que incluem zero mortalidade infantil e materna, embora estejam ocorrendo casos de baixo peso ao nascer, por isso é dada atenção especial às gestantes de risco, que são internadas na maternidade da capital municipal.
O presidente explicou aos moradores de Mella, que o esperavam do lado de fora da policlínica para conhecê-lo pessoalmente e demonstrar seu apoio e afeto, as características dessas visitas que a liderança do Partido realiza e os informou sobre diferentes questões, como a situação da eletricidade, dos medicamentos e da produção de alimentos.
Os moradores contaram a Díaz-Canel sobre algumas das tarefas que estão realizando para enfrentar as limitações, como o programa de autossuficiência local. Foi exatamente essa questão que o levou a outro ponto, a área de desenvolvimento agrícola La Confianza.
«Temos que vencer a batalha pela comida agora», disse aos trabalhadores e gerentes da empresa agroindustrial municipal, motivado pelo que observou lá.
Como parte de uma estratégia de autossuficiência alimentar municipal muito maior, em La Confianza, com mais de 30 hectares de terra em desenvolvimento, está sendo feito um trabalho com tração animal e as principais culturas rústicas exigidas por esse programa foram semeadas. O presidente perguntou sobre os avanços na pecuária de pequeno porte e pediu que a demanda por produtos agrícolas e o fornecimento de proteínas sejam cobertos no menor tempo possível no município de Julio Antonio Mella, usando variantes como carne de porco, coelhos, ovelhas e cabras, e até mesmo aquicultura.
EM TERCER FRENTE
A produção de alimentos também foi o foco da visita de Díaz-Canel ao município Tercer Frente. A fazenda El Turquino, pertencente à sede do Exército de Jovens Trabalhadores (EJT) em Santiago de Cuba, foi o primeiro ponto do passeio por essas montanhas.
Há um ano e nove meses, quando foi estabelecida, a fazenda tem se dedicado à produção de carvão e lenha, mas, depois de limpar as áreas de marabu, os combatentes do EJT as plantam com várias culturas, como banana, abóbora, quiabo e feijão gandul. Eles também criam porcos e galinhas para engorda e produção de ovos.
Os resultados dos mais de 20 jovens do EJT que trabalham no local, quase todos do território, são destinados à população.
O presidente também visitou a bela escola rural Salvador Olivares Duarte, na comunidade de Mogote. As crianças apresentaram alguns de seus projetos culturais.
A escola primária Salvador Olivares se destaca por sua liderança nacional na modalidade de hóquei, e três jovens de Mogote são até mesmo membros da equipe nacional juvenil da modalidade.
Na entrada da vila de Tercer Frente, Díaz-Canel foi recebido por dezenas de habitantes do município. O presidente conversou com eles por vários minutos.
Em Tercer Frente, o presidente cubano teve um exemplo vívido do que a Revolução significa para lugares intrincados na serra Maestra e em outras áreas montanhosas do país, antes perdidos na miséria, ignorância e desespero; e por mais de 60 anos, comunidades que são uma fonte de plenitude e talento para a sociedade, não importa quão difíceis tenham sido esses anos.
