ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
A doutora Dianiley García Gómez, especialista em microbiologia de segundo grau, é a principal autora da pesquisa. Photo: Freddy Pérez Cabrera

Santa Clara.– O principal objetivo de um estudo detalhado que está sendo realizado nessa província é detectar a tempo e combater as bactérias que podem ser transmitidas da mãe para o feto durante a gravidez e causar infecções respiratórias, como a broncopneumonia congênita.

 A doutora Dianiley García Gómez, especialista de segundo grau em Microbiologia e principal autora da pesquisa, explicou que se trata de um sistema capaz de verificar se os recém-nascidos são portadores de bactérias da espécie micoplasma urogenital, entre elas mycoplasma hominis e ureaplasma spp, que se alojam no sistema reprodutor feminino e infectam o feto, causando doenças respiratórias que podem até causar a morte do feto.

 A pesquisa, que começou em 2022 e incluiu um total de 210 recém-nascidos, mostrou que 59 deles eram portadores desses microrganismos usando o sistema MYCO WELL D-ONE®. Esse resultado, enfatizou a especialista, «tornou possível agir a tempo e combater a doença com os antibióticos necessários, o que, em muitos casos, evitou complicações maiores».

 O estudo, do qual participaram especialistas do Instituto Pedro Kourí (IPK) em Havana, o centro que validou os testes realizados, e do laboratório de microbiologia do hospital de maternidade Mariana Grajales em Villa Clara, além de neonatologistas e outros especialistas, agora está sendo estendido a outros territórios da região central, como Sancti Spíritus.

 A primeira pesquisa sobre o efeito dos microrganismos que causam infecções cervicovaginais em mulheres grávidas e seus efeitos em recém-nascidos realizada em Cuba foi desenvolvida pelo IPK, em 2016, que serviu de precedente e experiência para os microbiologistas e neonatologistas de Villa Clara responsáveis por ampliar essa prática, que pode salvar a vida de muitas crianças.

 A literatura científica consultada descreve que até 20% dos recém-nascidos são colonizados por essas bactérias, sendo que os bebês prematuros têm o maior risco de colonização. Daí a importância da introdução de métodos avançados em Cuba, como o diagnóstico para identificação presuntiva e determinação da suscetibilidade antimicrobiana de micoplasmas urogenitais, o que ajuda a estabelecer estratégias de tratamento.