ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA
Foto: Juvenal Balán

«A Sociedade Cultural José Martí, um projeto vivo de pensamento e ação, constitui uma oficina permanente por meio da qual o Apóstolo se torna uma ferramenta para o cidadão», afirmou Lizette Martínez Luzardo, vice-ministra da Cultura, no ato nacional que marcou o 30º aniversário desta organização, realizado em 20 de outubro, no Memorial José Martí, em Havana.

 Na presença de Miguel Díaz-Canel Bermúdez, primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, bem como de Roberto Morales Ojeda, membro do Bureau Político e secretário de Organização do Comitê Central, Martínez Luzardo descreveu a Sociedade como uma plataforma global que evoca a ética do Herói Nacional e forja laços de unidade dentro e fora da Ilha.

 «Entre as motivações para a celebração», acrescentou, «estão o centenário do Comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz e o 95º aniversário do nascimento do intelectual Armando Hart Dávalos, figuras-chave na política cultural emancipatória, concebendo a participação como um direito do povo e democratizando o acesso à arte e ao conhecimento, a educação para o pensamento crítico e a diversidade».

 Víctor Hernández Torres, vice-diretor do Gabinete do Programa Martiano e vice-presidente da Sociedade, relembrou sua fundação em meio às intensas lutas ideológicas e econômicas do «período especial». A casa do filho de José Martí, conhecido como Ismaelillo, tornou-se a sede da instituição.

 Convocado por Armando Hart, foi acompanhado em 20 de outubro de 1995 por Roberto Fernández Retamar, Cintio Vitier, Enrique Ubieta, Abel Prieto, Eusebio Leal e Carlos Martí.

 Eles tiveram o apoio de Fidel e Raúl em todos os momentos, porque atenderam ao seu pedido urgente de salvar a cultura.

 Desde então, cresceram até o número atual de mais de 20.000 membros, com filiais em todas as províncias.

 Outro homenageado no evento foi o eminente historiador Eduardo Torres Cuevas, falecido em 31 de agosto. Sua viúva, Patricia González Díaz, recebeu a Ordem Félix Varela de 1º Grau de Díaz-Canel, enquanto o ministro da Cultura Alpidio Alonso Grau homenageou Rafael Polanco Brahojos com a Distinção pela Cultura Nacional.

 Morales Ojeda entregou o selo comemorativo do 30º aniversário da Sociedade aos seus fundadores, Abel Prieto, Enrique Ubieta e Graciela Rodríguez.

 Houve também reconhecimentos pela promoção dos ideais de Martí para a transformação humana nas filiais de Guantánamo, Cienfuegos, Mayabeque e Isla de la Juventud.

 BAYAMO E A CANÇÃO FUNDACIONAL DE CUBA

 A gala «La Patria en mi Voz», realizada no dia 20 de outubro na Praça do Hino, em Bayamo, foi o núcleo central do 31º Festival Cubano, que transcendeu sua natureza artística para se tornar um ritual de reafirmação nacional.

 O evento fundiu elementos essenciais da identidade cubana, dos tambores ancestrais ao pensamento de José Martí, em um caldeirão de tradições que representa a alma da nação.

 O historiador de Bayamo, Ludín Bernardo Fonseca García, enfatizou na gala que, «antes de ser um campo de batalha, Cuba era um campo de ideias» e lembrou o papel fundador de figuras como Carlos Manuel de Céspedes e Perucho Figueredo.

 Particularmente comovente foi a lembrança de 20 de outubro de 1868, quando Figueredo, montado a cavalo, compôs os versos do Hino de Bayamo, evidência de como a cultura se tornou a espinha dorsal da rebelião pela independência.

 Fonseca enfatizou que «a cultura é o território último e inexpugnável da pátria» e ressaltou que, enquanto um povo preservar seus símbolos culturais, a nação permanecerá indestrutível.

 O Hino Nacional mantém seu poder simbólico intacto e pulsa na memória coletiva como um verbo ardente da identidade cubana.