ÓRGÃO OFICIAL DO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA DE CUBA

O que a ONU aprovou acerca das colinas sírias de Golã?

A Resolução 497ª, emitida em 17 de dezembro de 1981, «resolve que a decisão israelense de impor suas leis, jurisdição e administração no território sírio ocupado das colinas do Golã é nula, sem valor e não tem efeito a partir do ponto em vista do Direito internacional; exige que Israel, o ocupante, revogue sua decisão imediatamente».

Isso foi aprovado por unanimidade na 2319ª sessão do Conselho de Segurança da ONU. Ora bem, o que determinou nesta semana, a esse respeito, Donald Trump, o presidente norte-americano? «É hora de os Estados Unidos apoiarem a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã», disse.

Por sua parte, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu falou por telefone com Trump e também lhe agradeceu o gesto, dizendo-lhe: «O senhor fez história».

As Colinas de Golã pertencem à Síria e, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou esse território. A ONU, em várias resoluções, exigiu o retorno do território ocupado.

O Golã está localizado em uma localização estratégica, na fronteira entre Israel, Líbano, Jordânia e Síria. Abrange uma área aproximada de 1.800 km2, dos quais 1.200 km2 estão sob ocupação militar israelense, cerca de 235 km2 são controlados pela ONU e o restante permanece sob soberania síria.

A decisão de Trump alimenta ainda mais o estado de guerra e a incerteza que prevalece nessa área, na Palestina ocupada e em outros lugares, onde o governo sionista viola todas as resoluções da ONU.

Mais um exemplo de como Donald Trump está violando todas as resoluções da ONU e agride a comunidade internacional é o reconhecimento que ele fez de Jerusalém como a capital de Israel, assim que iniciou seu mandato na Casa Branca, e transferiu para lá a embaixada dos EUA que estava em Tel Aviv.

Essa decisão, além disso, foi seguida neste ano pelo «outro Trump», o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que já se prepara para transferir sua embaixada para a Cidade Santa.

O que as Nações Unidas aprovaram acerca de Jerusalém?

A Resolução 181ª da Assembleia Geral da ONU, de 29 de novembro de 1947, «estabelece um Estado árabe e outro Estado judeu independente e um Regime Internacional Especial para a cidade de Jerusalém». A Resolução 303ª da Assembleia Geral, de 9 de dezembro de 1949, declara: «A cidade de Jerusalém será estabelecida como um corpus separatum, sob um regime internacional especial e será administrada pelas Nações Unidas».

Trata-se de Trump contra o mundo. E saber que ainda existem governos que o apoiam ou se alinham com sua maneira insana de agir contra os povos. O mundo árabe em particular e toda a comunidade internacional, podem abortar essas decisões ilegais e fazer da paz, não só uma esperança até agora falhada, mas real e convincente. Paz para todos, alheia às guerras imperiais e à arrogância.