
Quatro caminhões com farinha e outros produtos se aproximam, mas de repente chovem estilhaços sobre a multidão, mais faminta do que esperançosa. Aviões e tanques aparecem, disparando e até rolando suas esteiras sobre os corpos dos feridos e mortos.
Uma cena como essa, tão dantesca quanto inimaginável, ocorreu em 29 de fevereiro, na Faixa de Gaza. No final da carnificina, 112 mortos e mais de 700 feridos na ofensiva de blitzkrieg das forças israelenses contra palestinos famintos.
Parece não haver salvação para um povo que está sendo massacrado diante dos olhos de um mundo que assiste atônito, mas não age para impedir o crime. Mais de 30.000 pessoas já foram mortas e 60.000 ficaram feridas desde que o governo sionista iniciou seus ataques.
Será assim até que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma resolução para pôr fim ao massacre – vetada pelos EUA – será assim até que o Tribunal Penal Internacional ordene um cessar-fogo. Será?
A quinta-feira, 29, foi um crime contra crianças famintas que esperavam por um prato de comida ou um copo de água para matar a sede. A Hispantv chamou isso de «chacina em câmera lenta». O bloqueio à ajuda humanitária coloca mais de 1.1 milhão de crianças à beira da morte, de acordo com a ONG Save the Children.
Enquanto isso, o secretário de defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse ao ministro da defesa israelense, Yoav Gallant, que estava «muito preocupado com as negociações para a libertação dos reféns israelenses».
Com um cinismo abominável, o chefe de segurança nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, comentou em X que «todo o apoio deve ser dado aos "combatentes heroicos das Forças de Defesa de Israel que operam na área, que tiveram um excelente desempenho contra uma multidão em Gaza que tentou prejudicá-los», segundo a RT.
E ainda há aqueles que questionam: Israel está reencenando os horrores do maior holocausto conhecido





