O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, agradeceu ao general-de-exército Raúl Castro Ruz, ao presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e ao Sistema de Saúde, pela incorporação da nação sul-americana à fase III dos testes clínicos das duas vacinas candidatas cubanas mais avançadas: Soberana 02 e Abdala.
Em um comparecimento pela televisão, o presidente venezuelano anunciou que a Ilha maior das Antilhas enviará 30 mil doses de cada uma das duas drogas ao país irmão em abril, ato que, além de endossar a solidariedade bilateral, permite multiplicar a amostragem em regiões de diferentes incidências dessa doença fatal, a fim de validar ainda mais a segurança e imunogenicidade das vacinas.
Junto com seu agradecimento, e de acordo com a política de complementaridade regional que Cuba e Venezuela vêm promovendo constantemente, afirmou que o sucesso promissor de ambas as vacinas permitirá traçar um «caminho para a produção em massa desta vacina da ALBA, porque se for de Cuba já é da ALBA».
A notícia veio a público no domingo, 21 de março, em um programa da Venezolana de Televisión, dedicado a fazer um balanço da luta contra a Covid-19 na Venezuela, que neste momento enfrenta uma nova onda de contágios, fundamentalmente, pela propagação da cepa aparecida no Brasil.
Nos últimos dias, Cuba havia informado o envio de 100 mil doses da Soberana 02 ao Irã, para a realização de estudos de eficácia naquele país.
ABDALA JÁ ESTÁ SENDO TESTADA NO LADO MAIS A LESTE DE CUBA
Um passo importante no avanço de Cuba contra a Covid-19 significou nesta segunda-feira, 22, nas cidades orientais de Santiago de Cuba, Bayamo e Guantánamo, o início da vacinação de voluntários incluídos na fase III do teste clínico da Abdala, uma das cinco vacinas desenvolvidas pela indústria biofarmacêutica nacional.
«O teste, que envolverá 48 mil pessoas nas três capitais provinciais, permitirá validar a eficácia do medicamento em uma amostra maior, depois de verificada sua segurança e imunogenicidade nas fases I e II», explicou Miladys Limonte Fernández, gerente do projeto vacina ANTI-COVID-19, do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB).
Miladys especificou que serão realizados estudos de intervenção em grupos populacionais de risco, que incluirão trabalhadores que estão na zona vermelha frente à pandemia. «Enquanto o produto não for registrado não podemos falar em intervenção massiva na população».
Somente em Santiago de Cuba, 30 mil voluntários participarão do teste, distribuídos em 14 áreas de saúde, 13 centros clínicos e um total de 29 locais de vacinações; cerca de 6.000 moradores de Bayamo, entre 19 e 80 anos, pertencentes a duas áreas de saúde do território, fazem parte do estudo na Cidade Monumento; enquanto 1.200 pessoas de Guantánamo receberam a primeira dose de Abdala no dia da inauguração, de um total de 12 mil concebidas no teste de vacinação.
O dr. Alejandro Sánchez García, principal pesquisador dos testes clínicos do referido imunógeno no Alto Oriente, explicou que os voluntários receberão uma dose inicial e duas de reativação, em todos os casos, com intervalo de 14 dias entre elas.
Resultado da integração da ciência cubana, Abdala e Soberana 02 estão entre as 23 vacinas candidatas que no mundo estão na terceira e última fase do estudo clínico.
