
Ele tinha em mente um povo culto e sem tutela; no peito duas chamas – de justiça e amor – a Pátria, a esposa. Nas planícies de Camagüey ardia uma ânsia intensa de redenção, como a ansiedade de Ignácio e Amalia pelo afastamento do reencontro adiado pelo dever.
À frente, os «terríveis desafios que — tal como afirma Eusebio Leal — pairavam sobre os cubanos naquela longa e sangrenta guerra», talvez inevitáveis, para fundar a nação que habitava o prefeito: «Eu vivo no futuro», confessou à sua amado.
Outras correntes, além da escravidão, deveriam ser quebradas. Junto com esses, facões e rifles, outras saraivadas incitavam a construir o país com que Ignacio sonhava. A plenitude da liberdade — ele foi claro — não seria alcançada com decretos ou status.
Ver os negros, os brancos pobres, os mestiços, letrados e educados, estava entre seus desejos. Ele confiou a um irmão de posição para redigir a cartilha para remover o véu de ignorância da sociedade, salvá-la de outra escravidão não era uma tarefa adiada.
Ao falar na Universidade de Havana, quando tinha apenas 20 anos, mencionou a palavra justiça 18 vezes, e não houve acidente semântico. O Major reiterou sonhos, espalhou luz e semeou medos não infundados no regime colonial espanhol.
Dizem que, em dias de logística apertada, quando percebeu tons de conciliação com o inimigo em algumas vozes no pátio, declarou possuir uma arma infalível: «a vergonha dos cubanos». E dizem que, para dissolver a gestão indigna, ele puxou o gatilho da confiança em seu povo: «Vou continuar a guerra sozinho, se necessário».
Ele foi o primeiro com sua cavalaria, espancando o vaidoso exército colonial. Um punhado de homens foi o suficiente para resgatar o brigadeiro Sanguily das garras colonialistas, quando o estavam fazendo prisioneiro.
Enquanto lutava ferozmente, reclamações ternas, todo amor, oração, vigilância da pátria, Amalia lhe escrevia do exílio: «Não lute com tamanho desespero (...). Por Cuba, Ignacio (…), por ela peço-lhe também que se cuide melhor».
Mas a mensagem não chegou ao destinatário. Em 11 de maio de 1873, uma bala inimiga, agachada na grama de Jimaguayú, atingiu a têmpora de quem Eusebio Leal batizou de «o Sucre desta história».
Essa inteligência, esse patriotismo, essa lealdade transbordou as pradarias de Camagüey. O general Ignacio Agramonte y Loynaz vive no futuro; ele cavalga por toda Cuba, com aquela auréola de herói romântico cujo exemplo, diz um poeta, é totalmente verdadeiro.







